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domingo, 28 de outubro de 2007

PNEUMONIA PODE SER EVITADA

A vacinação é fundamental para minimizar as complicações de uma Pneumonia

Agora que o tempo começa a esfriar, o director do Serviço de Pneumologia do Hospital Central do Funchal + (HCF), Ricardo Nascimento, alerta para o facto de que "qualquer pessoa é susceptível de contrair uma pneumonia".
Segundo refere, é este tipo de infecção que ocupa actualmente o sexto lugar no 'ranking' das Doenças respiratórias + . Mas o grau de gravidade nem sempre é o mesmo e tudo depende não só da causa da pneumonia, como também do indivíduo que a contraiu. "Se surgir num adulto, sem historial de doenças e sem maus hábitos de vida, normalmente é uma pneumonia sem grande gravidade e que pode ser tratada em Ambulatório + ", esclarece. O caso complica-se se as infecções aparecerem em indivíduos de risco ( idosos, diabéticos, alcoólicos crónicos, imuno-comprometidos). Mas há formas de minimizar as complicações, mais ou menos graves, que podem derivar de uma pneumonia.
A vacina contra o 'pneumococo', estirpe bacteriana que mais frequentemente é responsável pela infecção, está disponível nas farmácias e custa pouco mais de 12 euros. O director do Serviço de Pneumologia do HCF afirma que o recurso à vacina é de grande importância, "não para evitar a pneumonia, mas para minimizar as complicações que podem ocorrer nesses casos".
Ricardo Nascimento acrescenta que além de proteger contra o 'pneumococo', esta medicação tem a vantagem de ter uma validade de cinco anos. Além disso, e como a pneumonia não ocorre apenas no Inverno, a vacina pode ser administrada em qualquer altura do ano. Porém, é geralmente recomendada pelos médicos na mesma altura da vacina contra a gripe por uma questão de facilidade e gestão de recursos. Segundo o médico pneumologista, a recomendação da vacina anti-pneumocócica tem sido bem aceite pelos madeirenses. "Raramente tenho dificuldade em transmitir a ideia do benefício que poder significar fazer a vacinação", afirma.
O responsável refere ainda que, pelo menos neste último ano, não se recorda do Serviço de Pneumologia ter tratado uma pneumonia num indivíduo saudável. "Temos sim pneumonias em pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica + (DPOC + )", acrescenta.
Além disso, Ricardo Nascimento admite que não consegue contabilizar o total dos casos internados. A área de internamento do serviço que dirige está habitualmente mais direccionada para receber casos de situações crónicas como a DPOC, cancro do pulmão, Tuberculose + , insuficiência respiratória, entre outras. Além disso, apenas os casos mais graves de pneumonia é que têm indicação para internamento (os restantes são tratados em regime de ambulatório) e esses, muitas vezes, são 'absorvidos' pelos Serviços de Medicina ou pela Unidade de Cuidados Intensivos + .
De qualquer modo, o especialista alerta para que quando sejam detectados sintomas próprios de pneumonia, as pessoas se dirijam a um médico. Um tratamento precoce pode significar recuperação total e célere.
Causas e sintomas
Nos adultos, as causas mais frequentes são as Bactérias + . Os vírus podem também causar pneumonia. Alguns Fungos + também podem desencadear a doença.
Crianças e pessoas de idade avançada correm maior risco de a contraírem, assim como os indivíduos com um sistema imune deficiente devido a certos medicamentos e doentes crónicos.
Os sintomas correntes da pneumonia são uma tosse produtiva com expectoração, dores no tórax , calafrios, febre e falta de ar (não acontece nos casos menos graves). No entanto, estes sintomas dependem da extensão da doença e do microrganismo que a cause.
A cor da expectoração tem importância porque geralmente em caso de pneumonia, as secreções ganham uma cor de telha, acastanhada.
Na maioria dos casos, o diagnóstico confirma-se com uma radiografia ao tórax que, frequentemente, contribui para determinar qual é o microrganismo causador da doença. Também se examinam amostras de expectoração e de sangue, com o fim de identificar a causa. No entanto, em metade dos indivíduos com pneumonia não se chega a identificar o microrganismo responsável.
Avaliar e prevenir os riscos
Factores de risco
Existem 14 tipos diferentes de doenças respiratórias (afectam o trato e os órgãos do sistema respiratório).
Os factores de risco das doenças respiratórias são o tabagismo, a poluição, a exposição profissional a poluentes atmosféricos, as condições alérgicas e doenças do sistema imunitário, entre outros. Ricardo Nascimento diz que entre estes factores, o Tabaco + é mesmo aquele que está no topo. "É fundamental que a população abandone o tabagismo", alerta.
Gripe não é pneumonia
É comum as pessoas confundirem constipações com gripes e gripes com pneumonias. Mas, na realidade, estas são situações totalmente distintas. Uma constipação está geralmente associada a um desconforto das vias respiratórias superiores (irritação da garganta, nariz a pingar, ligeiras dores do corpo, dores de cabeça) e a gripe manifesta-se com febre alta e dores musculares intensas. Contudo , uma gripe pode originar uma pneumonia...
Ana Luísa Correia