
Há quem o considere um sinal de charme, mas para muitos homens, sobretudo mais jovens, ainda é muito difícil conviver com a calvície. A doença não tem cura, mas pode ser controlada.
A sabedoria popular diz que “é dos carecas que elas gostam mais”. Ainda assim, muitos homens têm muita dificuldade em conviver com a calvície, sobretudo quando aparece cedo.
Rui Gonçalves, de 28 anos, já mostra sinais claros da doença. O cabelo já não é tão farto e as chamadas “entradas” já são parte da sua imagem. Aos 20 anos começou-lhe a cair os cabelos compridos e teve de se adaptar. O médico explicou-lhe tratar-se de excesso de testosterona e como tal sem grande possibilidades de tratamento. “Gosto muito de cabelos e tenho pena de não poder fazer penteados, mas não me tira o sono”, lamenta ao Saúde Semanário.
Nos homens, a queda de cabelo mais comum é designada por alopecia androgénica ou calvície de padrão masculino. Está relacionada maioritariamente com a hereditariedade (poderá ser herdada do lado materno ou paterno da família) e a carga hormonal (testosterona) que um homem possui. “Quem tem pais calvos tem uma maior tendência para desenvolver alopecia e deve procurar um especialista logo aos primeiros sinais”, alerta a dermatologista Leonor Girão. Cabe ao médico averiguar a natureza do problema para então sugerir uma terapêutica adequada. As inflamações no couro cabeludo, a caspa frequente, a descamação intensa e a falta de vitaminas também podem levar à queda de cabelo. “Nesses casos, a terapêutica é diferente”, explica a especialista.
Calvo aos 20 anos!
Segundo Elsa Girão não existe uma idade para aparecer os sintomas. “Muitos rapazes começam a ficar com entradas entre os 20 e 25 anos”, conta.
É nesta faixa etária que se torna mais difícil aceitar o problema. “A calvície precoce leva muitas vezes à ansiedade”, afirma o psicólogo Quintino Aires, ao Saúde Semanário.
Joaquim Freitas conhece bem esse drama. “Levei anos a aprender a lidar com a doença, sentia-me mal e ao início nem me apetecia sair de casa”, confessa o jovem de 30 anos, que teve mesmo de recorrer ao apoio de um psicólogo.
Quintino Aires não tem dúvidas de que a psicologia pode ser uma mais valia no processo de compreensão da calvície. “Não é fácil para um jovem deixar de usar gel, por exemplo”.
Existe tratamento!
Apesar de não haver cura para a alopecia androgénica, existem terapêuticas que podem atenuar a queda do cabelo. “A doença pode ser tratada com loções e comprimidos”, revela Leonor Girão. E acrescenta: “no caso de já ser uma calvície avançada, a única solução é o transplante capilar, mas tem de haver ainda algum cabelo para se poder fazer”.
“Gosto muito de cabelos e tenho pena de não poder fazer penteados, mas não me tira o sono”,
Sabia que...
Aproximadamente 90% dos cabelos do couro cabeludo encontram-se em fase de crescimento, sendo que esta tem duração de cerca de dois a seis anos. O restante, 10%, encontra-se em fase de repouso, cuja duração aproximada é de dois a três meses.
O cabelo cai ao atingir o fim desta fase.
É normal que caia entre 50 a 100 fios por dia. Sempre que um fio cai ele é substituído por outro no mesmo folículo dando início a um novo ciclo de crescimento.
Os cabelos crescem, aproximadamente, 1cm por mês. À medida que o indivíduo envelhece, o crescimento dos cabelos tende a ser mais lento.
Cabelos naturalmente louros geralmente apresentam-se em maior número (140 mil fios) do que aqueles de cor escura (105 mil fios) e ruivos (90 mil fios).
Fonte: Médicos de Portugal