
Entre oito a dez mulheres em cada cem será diagnosticado um cancro de mama. As estimativas assustam mas Joaquim Vieira, director da Unidade de Patologia Mamária do Hospital Central do Funchal (HCF), refere que os números mostram a realidade nacional e regional desta doença oncológica. Com cerca de 120 novos casos diagnosticados por ano na Região, o cancro de mama continua a ser a doença oncológica mais comum nas mulheres. Porém, a verdade é que apesar da taxa de incidência, é também "um dos cancros que mais se curam". Joaquim Vieira diz que para a taxa de sobrevida atingir o valor actual na ordem dos 75 a 80% após cinco anos, concorreu o trabalho feito ao nível do diagnóstico precoce. Na Região, a funcionar há já alguns anos, o Centro de Rastreio do Cancro da Mama tem ajudado a sinalizar e diagnosticar muitos dos novos casos anuais da doença. Além disso, também os Médicos de Família e os Ginecologistas continuam a sensibilizar as mulheres para a importância de detectar cedo as situações. "Para prevenir o cancro da mama, pouco se pode fazer. O nosso objectivo é fazer um diagnóstico cada vez mais precoce", acrescenta o responsável. Interessa alertar as pessoas para não só realizar exames médicos periodicamente, mas também para que façam o auto-exame da mama regularmente, após a menstruação.Em relação às mamografias, Joaquim Vieira explica que uma mulher que não tenha antecedentes de cancro da mama nos familiares directos (mãe e irmã) deverá fazer o exame de dois em dois anos, a partir dos 45 anos de idade. Já uma mulher com antecedentes da doença deverá recorrer à mamografias (anuais) a partir dos 30 ou 35 anos. Com os diagnósticos precoces, a Unidade de Patologia Mamária do HCF tem conseguido fazer um bom trabalho ao nível dos tratamentos, evitando em 50% dos casos as mastectomias. A equipa multidisciplinar (ginecologistas, cirurgiões, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, etc) apoia-se nos rastreios e baseia a sua intervenção em tratamentos de quimio e radioterapia e em cirurgias especializadas e cada vez menos mutilantes. Joaquim Vieira afirma que "os cancros curam-se e quanto mais cedo for detectado, maior possibilidade de cura existe".
Fonte: Jornal da Madeira.