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domingo, 14 de outubro de 2007

Jornadas escalpelizam dificuldades das minorias

As “II Jornadas da APFMadeira” terminam, ontem, no Madeira Tecnopolo, após três dias de análise de questões relacionadas com o Planeamento familiar. Dois dos assuntos ontem em debate, mesmo no final das jornadas, foram as questões relacionadas com a homossexualidade e com os imigrantes.
As dificuldades dos imigrantes e dos grupos étnicos e os problemas resultantes da homossexualidade foram dois dos temas que dominaram o último dia das “II Jornadas da APFMadeira” -
Associação para o Planeamento da Família, que decorreram no Madeira Tecnopolo.
Helena Andrade, da
AMI -Madeira, trouxe para debate os problemas de que os imigrantes padecem, traçando um quadro da situação actual e apontando as principais questões com que se deparam quando chegam ao nosso território.
Entre 2006 e o primeiro semestre de 2007, 56 imigrantes foram bater à porta do centro de apoio social da AMI na Madeira - um dos dez existentes no país.
A AMI presta variada ajuda a estas pessoas com vista à sua integração numa nova sociedade. Um desses apoio é na promoção de cursos de língua portuguesa.A dificuldade que estas pessoas encontram no apoio à saúde ficou ontem bem evidenciada, mas com os oradores e médicos que assistiam à palestra a concordarem que, de uma maneira ou de outra, tentam sempre encontrar uma solução para que os imigrantes, até os ilegais, tenham
Cuidados de saúde quando necessitam.
Foi ainda denunciado que há patrões destes imigrantes que fazem um único cartão de saúde, mas que depois é partilhado por todos os funcionários. Deste modo, os patrões pagam menos impostos. O “esquema” funciona porque, como o cartão não tem fotografia, e muitas vezes estes trabalhadores vão à consulta de recurso - logo não têm o mesmo médico -, acabam por não ser detectados.
Quanto à questão da homossexualidade, trazida a debate por Eduarda Ferreira, um dos pontos em destaque foi a vivência desta circunstância na escola, com a palestrante a defender mudanças comportamentais, quer junto dos jovens, quer ao nível dos docentes e da sua formação.
Neste sentido, Eduarda Ferreira disse ser necessário «desmantelar na escola o heterossexualismo», defendendo, por isso, que a escola não deve assumir a «universalidade da heterossexualidade».
Pelo contrário, disse, deve garantir o direito de igualdade de oportunidades, disponibilizar documentação sobre questões relacionadas com a orientação sexual (às vezes existe mas está «escondida») e proporcionar modelos de comportamento não-heterossexista.
Para conseguir atingir estes objectivos, prosseguiu a especialista, é «preciso formação adequada e específica». Eduarda Ferreira diz que essa formação é «urgente e pertinente».
Alberto Pita
Fonte:Jornal da Madeira