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quarta-feira, 24 de outubro de 2007

LIGA INVESTE 4 MILHÕES DE EUROS PARA AUMENTAR RASTREIO DO CANCRO DA MAMA

A Liga Portuguesa contra o Cancro apresenta hoje o novo equipamento digital instalado nas unidades móveis e fixas de rastreio de cancro da mama. A substiuição do antigo sistema analógico custou cerca de quatro milhões de euros e vai permitir aumentar na ordem dos 20 a 25 por cento o número de exames realizados nas unidades móveis e fixas dispersas pelo país. O sistema foi aplicado em apenas três meses, entre Maio e Julho, e esteve em testes. "Desde há dois meses que já não funcionamos com filmes", adianta Vítor Rodrigues, coordenador nacional do programa de rastreio da Liga.
As vantagens do novo sistema, nota, vão desde a qualidade da imagem e consequente melhoria na precisão do diagnóstico, até ao menor tempo de exposição aos raios-X, mais rapidez na transmissão da informação e, por isso, maior rentabilidade do sistema. De 1989 até ao passado dia 30 de Setembro, a Liga realizou um milhão e 146 mil Mamografias, o que representa 460 mil mulheres integradas no rastreio. Mais de dois mil cancros foram detectados precocemente, a grande maioria com dimensões pequenas e, por isso, mais facilmente tratáveis. Mas perto de 40 por cento das mulheres convocadas para o exame não comparecem, verificando-se uma adesão na ordem dos 62 por cento que coloca Portugal ao nível da média europeia. "Com o novo sistema digital vamos conseguir fazer mais 20 a 25 por cento de mamografias por dia", afirma Vítor Rodrigues, notando que o procedimento técnico demora metade do tempo (de oito minutos passa a quatro). Contudo, o responsável nota que a factura do investimento ainda não está paga. A verba que resulta dos contratos com as Administrações Regionais de Saúde - que pagam 18 euros e 26 centimos por mamografia - está muito longe de poder cobrir os quatro milhões de euros. Importa assim o "significativo peso" dos donativos particulares e qualquer contributo que possa chegar de "estruturas públicas" e que, sublinha Vítor Rodrigues, "seria extremamente bem -vinda". Sobre a cobertura do programa de rastreio, o coordenador admite incluir mais zonas do país, nomeadamente os distritos do Porto e Braga mas só depois de 2008. Antes disso, será a vez de consolidar em Setubal, Bragança, Viana do Castelo e Santarém e o programa que já cobre toda a região Centro e os distritos de Portalegre, Évora e Beja. O alargamento "progressivo e com uma base sólida" do rastreio é facilitado pelo maior número de técnicos de radiologia. "Até há pouco tempo recorríamos a Espanha. O mercado nacional nesta área só existe há cerca de três anos", refere Vítor Rodrigues.

Fonte:SRS.