
As vantagens do novo sistema, nota, vão desde a qualidade da imagem e consequente melhoria na precisão do diagnóstico, até ao menor tempo de exposição aos raios-X, mais rapidez na transmissão da informação e, por isso, maior rentabilidade do sistema. De 1989 até ao passado dia 30 de Setembro, a Liga realizou um milhão e 146 mil Mamografias, o que representa 460 mil mulheres integradas no rastreio. Mais de dois mil cancros foram detectados precocemente, a grande maioria com dimensões pequenas e, por isso, mais facilmente tratáveis. Mas perto de 40 por cento das mulheres convocadas para o exame não comparecem, verificando-se uma adesão na ordem dos 62 por cento que coloca Portugal ao nível da média europeia. "Com o novo sistema digital vamos conseguir fazer mais 20 a 25 por cento de mamografias por dia", afirma Vítor Rodrigues, notando que o procedimento técnico demora metade do tempo (de oito minutos passa a quatro). Contudo, o responsável nota que a factura do investimento ainda não está paga. A verba que resulta dos contratos com as Administrações Regionais de Saúde - que pagam 18 euros e 26 centimos por mamografia - está muito longe de poder cobrir os quatro milhões de euros. Importa assim o "significativo peso" dos donativos particulares e qualquer contributo que possa chegar de "estruturas públicas" e que, sublinha Vítor Rodrigues, "seria extremamente bem -vinda". Sobre a cobertura do programa de rastreio, o coordenador admite incluir mais zonas do país, nomeadamente os distritos do Porto e Braga mas só depois de 2008. Antes disso, será a vez de consolidar em Setubal, Bragança, Viana do Castelo e Santarém e o programa que já cobre toda a região Centro e os distritos de Portalegre, Évora e Beja. O alargamento "progressivo e com uma base sólida" do rastreio é facilitado pelo maior número de técnicos de radiologia. "Até há pouco tempo recorríamos a Espanha. O mercado nacional nesta área só existe há cerca de três anos", refere Vítor Rodrigues.