A Direcção Regional de Saúde Pública da Madeira considera «praticamente impossível» erradicar da Região a proliferação de mosquitos «Aedes Aegypti», que podem transmitir da dengue.
Em declarações à agência Lusa, o director regional Maurício Melim salienta contudo que não há na Região qualquer caso detectado de mosquito portador do vírus (febre amarela e dengue), nem qualquer «caso identificado de pessoa com a doença».
Para ele, as notícias veiculadas sobre um possível surto da doença de dengue na Madeira são «um antecipar de cenários, o que não passa de ficção»
«É possível mas estamos a fazer tudo para que não aconteça», disse.
«Estamos preocupados, estamos atentos ao fenómeno e estamos a seguir as orientações internacionais para lidar com este tipo de situações», admitiu o responsável pela saúde pública no Arquipélago.
Contudo, acrescentou que não há qualquer «caso detectado de mosquito portador do vírus (febre amarela e dengue)», nem qualquer «caso identificado de pessoa com a doença» no território.
«Existem realmente mosquitos na Madeira, sempre existiram, até há espécies que são endémicas. Este não é o caso e só foi detectado há cerca de três anos (2005) mas já existia antes - mas só se manifestam quando atingem uma certa densidade», explicou.
Realçou que este tipo de problema com mosquitos não é exclusivo da Região, apontando que «estão espalhados pelo globo, devendo-se o fenómeno a alterações climáticas, à forma como cresceram as cidades, com grandes densidades populacionais e às viagens a destinos exóticos onde existem estas doenças».
«A globalização é responsável pela proliferação desta espécie em zonas onde antes não existia», referiu, dando como exemplo os casos da Espanha (Catalunha), França, Itália (onde se registou um surto) e Estados Unidos.
Maurício Melim destacou que estes «são países com poder económico e tecnológico» mas que «também não conseguem resolver o problema».
Na Madeira, «não se trata de uma situação de saúde pública, é uma 'praga' de mosquitos, um problema ambiental, pois eles estão onde não deviam».
«Foram cumpridas todas as recomendações internacionais para debelar o problema», destacou.
Este responsável considera que «falar de epidemias não está a ajudar em nada a Madeira, nem a saúde, nem o turismo. Só está a descredibilizar a Região e a criar outras situações mais difíceis».
Mencionou que a luta contra o mosquito na Madeira tem passado pelo «controlo físico» (intervenção casa-a-casa e quarteirão-quarteirão), visando destruir os «criadoros» (locais onde as fêmeas depositam os ovos), uma acção que constou ainda de visitas a milhares de casas no Funchal.
Disse que, «o problema é que eles estão junto das pessoas, alimentam-se de sangue», sendo que as fêmeas procuram reservatórios com água para pôr os ovos, tendo as larvas grande capacidade de resistência.
A actuação teve também uma «componente química», com a utilização de produtos insecticidas em cursos de água, sarjetas para «matar os adultos».
«Tem surtido efeito mas não se consegue erradicar os mosquitos, porque há ovos em locais onde não acedemos», apontou.
Do conjunto de acções desenvolvidas, Maurício Melim referiu também as mais de 30 armadilhas que foram espalhadas pela Região, desde S.Gonçalo até à Ribeira Brava, para monitorizar as zonas, o que permitiu aferir que «estão dentro do Funchal mas podem apanhar boleia».
Anunciou igualmente terem sido encomendadas armadilhas ao Brasil e à Alemanha e que está a ser «avaliado um programa em colaboração com o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, para avaliar processo de cooperação para lidar com o problema de forma mais eficaz, com conhecimento mais abrangente».
Salientou que o secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos, na passada semana, numa reunião preparatória que teve lugar nos Açores, tentou «sensibilizar a União Europeia para integrar este problema, que não é só da Madeira, nem de Portugal na agenda».
Apelou às pessoas para que adoptem medidas preventivas, como não ter recipientes com água (pratos de vasos e potes para plantas), evitarem acumulação de lixos nos jardins, além de algumas alterações ao nível do vestuário.
«Evitem ser picadas e a principal medida de prevenção é a educação do público, têm que mudar os seus hábitos», instou.
Fonte: Diário Digital / Lusa
Em declarações à agência Lusa, o director regional Maurício Melim salienta contudo que não há na Região qualquer caso detectado de mosquito portador do vírus (febre amarela e dengue), nem qualquer «caso identificado de pessoa com a doença».
Para ele, as notícias veiculadas sobre um possível surto da doença de dengue na Madeira são «um antecipar de cenários, o que não passa de ficção»
«É possível mas estamos a fazer tudo para que não aconteça», disse.
«Estamos preocupados, estamos atentos ao fenómeno e estamos a seguir as orientações internacionais para lidar com este tipo de situações», admitiu o responsável pela saúde pública no Arquipélago.
Contudo, acrescentou que não há qualquer «caso detectado de mosquito portador do vírus (febre amarela e dengue)», nem qualquer «caso identificado de pessoa com a doença» no território.
«Existem realmente mosquitos na Madeira, sempre existiram, até há espécies que são endémicas. Este não é o caso e só foi detectado há cerca de três anos (2005) mas já existia antes - mas só se manifestam quando atingem uma certa densidade», explicou.
Realçou que este tipo de problema com mosquitos não é exclusivo da Região, apontando que «estão espalhados pelo globo, devendo-se o fenómeno a alterações climáticas, à forma como cresceram as cidades, com grandes densidades populacionais e às viagens a destinos exóticos onde existem estas doenças».
«A globalização é responsável pela proliferação desta espécie em zonas onde antes não existia», referiu, dando como exemplo os casos da Espanha (Catalunha), França, Itália (onde se registou um surto) e Estados Unidos.
Maurício Melim destacou que estes «são países com poder económico e tecnológico» mas que «também não conseguem resolver o problema».
Na Madeira, «não se trata de uma situação de saúde pública, é uma 'praga' de mosquitos, um problema ambiental, pois eles estão onde não deviam».
«Foram cumpridas todas as recomendações internacionais para debelar o problema», destacou.
Este responsável considera que «falar de epidemias não está a ajudar em nada a Madeira, nem a saúde, nem o turismo. Só está a descredibilizar a Região e a criar outras situações mais difíceis».
Mencionou que a luta contra o mosquito na Madeira tem passado pelo «controlo físico» (intervenção casa-a-casa e quarteirão-quarteirão), visando destruir os «criadoros» (locais onde as fêmeas depositam os ovos), uma acção que constou ainda de visitas a milhares de casas no Funchal.
Disse que, «o problema é que eles estão junto das pessoas, alimentam-se de sangue», sendo que as fêmeas procuram reservatórios com água para pôr os ovos, tendo as larvas grande capacidade de resistência.
A actuação teve também uma «componente química», com a utilização de produtos insecticidas em cursos de água, sarjetas para «matar os adultos».
«Tem surtido efeito mas não se consegue erradicar os mosquitos, porque há ovos em locais onde não acedemos», apontou.
Do conjunto de acções desenvolvidas, Maurício Melim referiu também as mais de 30 armadilhas que foram espalhadas pela Região, desde S.Gonçalo até à Ribeira Brava, para monitorizar as zonas, o que permitiu aferir que «estão dentro do Funchal mas podem apanhar boleia».
Anunciou igualmente terem sido encomendadas armadilhas ao Brasil e à Alemanha e que está a ser «avaliado um programa em colaboração com o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, para avaliar processo de cooperação para lidar com o problema de forma mais eficaz, com conhecimento mais abrangente».
Salientou que o secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos, na passada semana, numa reunião preparatória que teve lugar nos Açores, tentou «sensibilizar a União Europeia para integrar este problema, que não é só da Madeira, nem de Portugal na agenda».
Apelou às pessoas para que adoptem medidas preventivas, como não ter recipientes com água (pratos de vasos e potes para plantas), evitarem acumulação de lixos nos jardins, além de algumas alterações ao nível do vestuário.
«Evitem ser picadas e a principal medida de prevenção é a educação do público, têm que mudar os seus hábitos», instou.
Fonte: Diário Digital / Lusa