Viroses invadem os consultórios médicos nesta altura do ano
Atchim! Atchim! O som repete-se em casa e nas escolas. Os mais pequenos ficam abatidos, não querem brincar. Os pais ficam meios perdidos e sabem que no médico a resposta será a mesma de outras vezes "É uma virose".
Atchim! Atchim! O som repete-se em casa e nas escolas. Os mais pequenos ficam abatidos, não querem brincar. Os pais ficam meios perdidos e sabem que no médico a resposta será a mesma de outras vezes "É uma virose".
A frase repete-se para variados sintomas e, normalmente, em determinadas épocas do ano - preferencialmente no tempo frio e húmido, na mudança de estação e alterações das temperaturas. Mas, afinal, o que é uma virose?
"Virose é uma designação genérica de infecção causada por vírus. Esse termo aplica-se globalmente às infecções respiratórias que ocorrem no tempo frio", explica Jorge Amil Dias, pediatra no Hospital de S. João, no Porto. Por outro lado, a utilização genérica dessa designação acontece numa situação específica quando "não há elementos clínicos ou analíticos que identifiquem o agente responsável".
Estes episódios infecciosos afectam essencialmente as crianças, por "estas não terem ainda adquirido defesas contra a maior parte desses vírus. E também, porque o facto das viroses serem habitualmente contagiosas (mesmo antes de haver sinais da doença) facilita o contágio em ambientes de proximidade, como os infantários ou as escolas".
Por estas razões é tão frequente, nesta altura do ano, ver muitas crianças com infecções respiratórias ou gastrenterites. Situações que não devem causar grande alarme nos pais. "Recorrer à urgência é a resposta errada", sublinha o pediatra.
Jorge Amil Dias explica que "quando uma criança está doente deve ser observada pelo médico que a conhece com saúde. Ter febre ou tosse não é uma emergência para consulta num serviço de urgência, excepto na presença de sinais de gravidade".
Assim sendo, aconselha que os pais "agendem uma consulta com o médico que conhece a criança para um ou dois dias depois, perguntando-lhe logo o que pode fazer. Assim, será apenas um médico a avaliar a evolução da doença e não vários, que nem sequer conhecem a história da criança".
Entretanto, há que manter a calma e paciência, seguindo os conselhos médicos. Isto porque as "infecções víricas são, na sua grande maioria, auto-limitadas, isto é, curam espontaneamente ao fim de três ou quatro dias e não há tratamento específico", adiantou o pediatra, acrescentando que "pressionar o médico para prescrever Antibióticos + é geralmente inútil".
Alertando que "é inaceitável deixar a criança com dores ou febre até ir ao médico", o pediatra lembra que os medicamentos vulgares à base de Paracetamol + são eficazes na maioria dos casos, além de manter a vigilância e fornecer líquidos adicionais".
Fonte: Jornal de Notícias