
No documento, a organização não governamental britânica defende a criação, em todos os países da União Europeia + , de uma base de dados com o registo dos condenados por crimes sexuais. Depois, deverá ser feita uma base de dados partilhada da UE para usar na investigação criminal e na contratação de empregados.
A NSPCC considera que os Estados-membros devem criar um sistema seguro de recrutamento de pessoas, para permitir que os empregadores detectem, entre os candidatos a um emprego, pessoas condenadas por crimes violentos, de cariz sexual (como pedofilia) ou relacionados com droga. O facto de mudarem de país não deve, segundo o relatório, facilitar a obtenção de empregos que os coloquem em contacto com crianças, para os quais estão incapacitados.
Portugal está já a cooperar a nível internacional no combate ao abuso sexual de crianças. As recentes alterações legislativas, nomeadamente do código penal, vieram proibir o exercício de profissão ligada a crianças por indivíduos condenados por abuso de menores.
A Convenção do Conselho da Europa contra a Exploração e Abuso Sexual de Crianças, assinada em Outubro por Portugal e mais 23 países, 14 dos quais da UE, visa criminalizar práticas como a pornografia infantil e a exploração sexual na Internet.
A convenção deverá entrar em vigor em Portugal em 2008, contribuindo para o aperfeiçoamento do direito à luz do padrão internacional.
Crimes contra crianças e jovens triplicaram
Nos últimos cinco anos, a Polícia Judiciária + registou um aumento de casos. Foram 1300 em 2006, contra menos de 400 em 2001.
Principais agressores são familiares e vizinhos
Em 2006, quatro em cada cinco casos de abuso sexual contra menores (81%) foram cometidos por familiares próximos, e 28% por vizinhos.
Maioria das vítimas é do sexo feminino
Em 96% dos casos registados, o agressor era do sexo masculino, na sua maioria com mais de 70 anos. As vítimas eram, 75% das vezes, mulheres. As mais atingidas têm entre oito e 13 anos.É na habitação que são registados mais crimesA maioria dos crimes aconteceu em casa (60,45%) e os restantes deram-se em locais ermos (7,69%), escolas ou colégios (4,46 %) ou meios de transporte (4,22%).
Fonte: Público