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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

ARTROSE DETECÇÃO PRECOCE PODE ALTERAR EVOLUÇÃO DA DOENÇA

Henrique Santos

É cada vez mais fácil a identificar a artrose na fase inicial da doença. Os especialistas defendem que esta capacidade deve ser alargada, uma vez que existem actualmente melhores tratamentos para tratar a inflamação bem como formas de modificar a evolução da doença.

A detecção da artrose em fases precoces pode ajudar a modificar a evolução da doença. Segundo Augusto Faustino, reumatologista e actual presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, “a identificação da doença nessas fases pode ser fundamental porque o seu controlo clínico pode não só devolver o bem-estar às pessoas em termos sintomáticos, como também permitir a modificação da história natural da doença”.

De acordo com o especialista, “o que se pretende actualmente é chamar a atenção que a osteoartrose evolui desde cedo, que há fases mais precoces que se caracterizam por alguma degradação da cartilagem e também pela existência de uma componente inflamatória exuberante e importante”.

Neste contexto, Augusto Faustino pretende explicar que a artrose “é uma doença transversal e que pode começar a manifestar-se em idades muito mais jovens do que aquelas que classicamente se admitia”. O desenvolvimento de meios auxiliares mais sofisticados foi, neste sentido, fundamental para aumentar esta capacidade de detecção precoce.

Por outro lado, o especialista adianta que existem actualmente melhores tratamentos para tratar a inflamação que está associada à doença e também terapêuticas para modificar a evolução da doença.

Entre estas, destaca-se o sulfato de glucosamina original, um produto que, em estudos clínicos mostrou atrasar a degradação da cartilagem. O reumatologista revela que a eficácia desta terapêutica está demonstrada em estudos segundo os padrões de exigência actual. Os doentes tratados com o sulfato de glucosamina original demonstram “uma menor diminuição da entrelinha articular, menor progressão da deterioração da cartilagem e menor necessidade de colocação de próteses”.

Entretanto, estuda-se também o facto do sulfato de glucosamina poder ter algum efeito inibidor em algumas reacções nocivas na progressão da artrose, ou seja, que tenha um efeito químico em alguns passos do catabolismo da cartilagem.

O especialista alerta, porém, para a existência de outros produtos que se assumem como similares: “tudo o resto que existe, são semelhanças, porque nem todos os produtos de glucosamina são sulfato de glucosamina”. Ou seja, “o que se vende livremente, são apenas substâncias em que, como médico, não posso confiar uma vez que não tenho a mesma evidência científica como tenho para o sulfato de glucosamina original”, afirma Augusto Faustino.

A osteoartrose é a doença mais frequente da raça humana e tem tendência a aumentar dada a sua associação ao envelhecimento. Em Portugal existem cerca de dois milhões de pessoas com a doença.
A artrose significa degenerescência da articulação e atinge, fundamentalmente, a cartilagem articular. A dor e a rigidez são os principais sintomas.
Fonte: Ymed