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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

CAMPANHA PÕE CRIANÇAS A ENSINAR AOS PAIS BONS HÁBITOS ALIMENTARES

As crianças serão os próximos “grandes educadores das famílias” no que toca a hábitos alimentares, de acordo com o novo programa de combate à Obesidade + apresentado ontem pelo Ministério da Saúde. Em Janeiro, arrancará uma mega campanha em todo o país para sensibilizar e mobilizar a população para a adopção de estilos de vida saudáveis no sentido de reduzir a obesidade em Portugal.
“Movimento Energia Positiva” é o nome do programa, que une Ministério da Saúde e Galp Energia numa operação que tenta mostrar aos mais novos como agir contra um flagelo que se tem vindo a agravar nos últimos anos, afectando já três em cada dez crianças portuguesas.

“A abordagem do excesso de peso é uma urgência de saúde pública”, defendeu o ministro da Saúde, António Correia de Campos + , lembrando que este “não é um diálogo fácil” e que não é com comentários como “então seu gorducho, você não sabe comer menos?” que o problema se resolve.
Por isso, uma das iniciativas de abordagem “positiva” ao tema é um “roadshow” pelas escolas: um autocarro colorido de dois andares vai visitar as escolas primárias de todo o país permitindo aos mais novos participar em actividades lúdicas e aprender comportamentos saudáveis.
O programa surge numa época difícil de escapar à “chantagem dos mais novos” na hora de escolher o que comer e em que muitos pais acreditam que estão a dar uma “educação mais moderna” ao permitir o consumo diário de refrigerantes às refeições ou idas constantes aos famosos “fast-food”.
E é perante o cenário traçado que o ministro da Saúde acredita que “as crianças podem ser os grandes educadores das famílias”. Uma posição defendida também pela responsável da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues + , presente na cerimónia de apresentação do programa. A ministra da Educação recordou o desenvolvimento e melhoria dos programas alimentares para as escolas mas também os entraves aos projectos governamentais em defesa de uma Alimentação saudável + .
Maria de Lurdes Rodrigues lembrou a “guerra silenciosa” das escolas que diariamente tentam seduzir os alunos a optar pelo almoço das cantinas em vez das refeições oferecidas nos espaços comerciais situados nas redondezas.
“O espaço envolvente entra em concorrência com a cantina da escola. Além de oferecerem produtos diferentes estão fora do recinto escolar”, reconheceu a ministra, lembrando que para muitas crianças “a batata frita, o 'bolicao' e o rissol” é mais atraente que a refeição escolar. Por isso, defende, é preciso apostar na imagem das cantinas: “Estar meia hora na bicha da cantina é meio caminho andado para os alunos darem meia volta e irem embora”.
Tal como Correia de Campos, também Maria de Lurdes Rodrigues apontou o dedo aos pais, que são os “principais responsáveis pelos hábitos alimentares das famílias”.
Fonte: Público