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domingo, 30 de dezembro de 2007

CIENTISTAS IDENTIFICAM MOLÉCULAS QUE PROTEGEM ESPERMATOZÓIDES DO SISTEMA IMUNITÁRIO FEMININO

Descoberta pode revelar pistas sobre disseminação do cancro e Sida + no corpo humano
Um estudo sobre o comportamento do espermatozóide no corpo feminino pode revelar pistas importantes sobre a forma como as células cancerígenas e os vírus, como o VIH, conseguem disseminar-se no corpo humano. Segundo a BBC, cientistas britânicos conseguiram identificar moléculas situadas na superfície do espermatozóide que previnem o ataque pelo sistema imunitário feminino.
Refira-se que, sendo considerados estranhos aos organismo, os espermatozóides poderão ser atacados por
Anticorpos + da mulher. Então, essas moléculas protegeriam o espermatozóide, permitindo que ele entrasse no corpo da mulher sem ser detectado pelo seu sistema imunológico, o mesmo “truque” que poderá ser usado por células cancerígenas.
A equipa de pesquisadores do
Imperial College + de Londres acredita que esta protecção é dada pelas glicoproteínas, que são moléculas de açúcar encontradas tanto na superfície do espermatozóide como também em algumas células cancerígenas e em amostras de sangue infectado com VIH.
Segundo os cientistas, as células que contém a glicoproteína conseguem passar despercebidas pelo sistema imunitário e são protegidas de ataques, quando colocadas noutro organismo, como no caso de um transplante de órgãos, por exemplo. Isso explicaria como células infectadas com doenças como o cancro, por exemplo, conseguem espalhar-se pelo corpo.
O estudo foi publicado na revista científica “
Journal of Biological Chemistry + ”. O próximo passo dos investigadores, refere a BBC, é descobrir o mecanismo usado pelas glicoproteínas para se fazerem passar por inofensivas ao sistema imunitário.
Segundo Anne Dell, líder da pesquisa, o estudo pode abrir caminho para a descoberta de novos tratamentos e prevenção do cancro e outras doenças. «Se as células agressivas do cancro estão a usar os mesmos sinais reconhecidos pelo corpo para enganar o sistema imunitário e passar por inofensivas, precisamos descobrir como exactamente essa interacção funciona».
Para o professor Richard Sharpe, da Unidade de Ciências Humanas Reprodutivas do Medical Research Council, a pesquisa é interessante porque pode lançar luz sobre vários mistérios do sistema reprodutivo masculino. Ele explica que, quando os espertozóide começam a ser produzidos nos testículos, ficam isolados do sistema imunitário para não serem destruídos. «O estudo sugere que há outras formas que o espermatozóide possui para se proteger do sistema imunitário. Em termos de fertilidade, as mulheres são expostas a esses corpos estranhos constantemente, mas poucas desenvolvem anticorpos contra eles», comenta.
Fonte: Sapo Saúde