E hoje vamos falar da fibromialgia. Pode ser definida como uma síndrome dolorosa crónica, onde a dor é o sintoma mais importante. O indivíduo apresenta múltiplos pontos dolorosos que são extremamente sensíveis ao toque, chamados 'tender points'. O pouco estudo ainda realizado (uma nova 'doença') refere que a fibromialgia inicia-se após uma infecção (causada por vírus ou bactéria), um acidente, problemas emocionais que envolvam perdas ou conflitos, provavelmente devido a uma falha de adaptação ou incapacidade de elaborar respostas adequadas aos estímulos internos e/ou externos (o chamado stress). Acredita-se, também, que possa estar relacionada a traços de personalidade, como, por ex., o perfeccionismo ou a uma rigidez na manifestação do comportamento. A fibromialgia pode também ser o reflexo de uma dor interna, psíquica ou emocional, mas que se manifesta numa dor corporal e esta só é mantida enquanto existir uma necessidade interna que não foi resolvida. A pessoa suporta a dor, mas o que está na base é um conflito psíquico insuportável. Como é um conflito psíquico insuportável, acontece que a pessoa não quer entrar em contacto com a causa do problema, tem dificuldades ou não quer ver o seu sofrimento, convertendo, assim, a dor emocional num sofrimento físico. A dor entra para a chamada 'zona de conforto' e mesmo num estado 'difícil de aguentar', existe sempre um benefício secundário que mantém a pessoa no estado de dor. Sabe-se que distúrbios mentais e/ou emocionais estão presentes nos portadores de fibromialgia, incluindo alterações do humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, perda de memória, depressão e ansiedade. Estes sintomas podem apresentar-se isoladamente ou em conjunto, por isso, aliados à dificuldade da confirmação diagnóstica, muitas pessoas, inicialmente, são tratadas como depressivos. Assim, creio que, para qualquer intervenção, seja na fibromialgia ou outra 'doença', os objectivos devem sempre partir do princípio da compreensão do porquê do sofrimento. Para ajudar ao estado de equilíbrio, seja nesta ou noutra 'doença', precisamosde sair das nossas 'zonas de conforto' e necessariamente temos de nos voltar para o Ser em vez do Ter, e digo isto porquê? Porque estamos chegando à conclusão, depois de sentirmos em nós tanto sofrimento e presenciarmos actualmente a um número crescente de falecimentos de conhecidos e desconhecidos, a tanta tristeza e angústia manifestada em milhares de depressões de amigos, familiares, estranhos, etc. de que, realmente, algo não está a 'bater certo'! Temos cada vez mais 'coisas' como nunca tivemos antes, p. ex., imensos centros comerciais com milhares de 'coisas' para nos satisfazer, a indústria farmacêutica dia-a-dia lançando produtos novos de 'cura' e nada parece resultar, pelo contrário, estamos cada vez mais doentes e cada vez mais 'crónicos'… então as técnicas que agora surgem, neste caso da fibromialgia (mas é indicado para muitas outras), que tem tido imenso sucesso para libertar-nos do padrão crónico desta 'doença', é colocar uma das capacidades inatas que temos, como tantas outras que não colocamos em prática, a Espontaneidade. Sermos espontâneos, imaginem! Que é agir de forma adequada e inovadora frente às 'novas' e as 'velhas' situações, rompendo com os modelos aprendidos e libertando das 'conservas culturais' (aquilo que ficou cristalizado porque foi tido como certo e deve ser assim reproduzido). A ruptura de padrões gera a evolução e o ponto que desencadeia a mudança é a espontaneidade. Tão simples e sem medicação! Mas para isto temos de sair 'da zona de conforto' e Ser. É difícil?! Creio que depois de séculos de treino no Ter, vivendo de aparências, na base do poder pelo Ter e não pelo Ser (etc.)… teremos necessariamente que trabalhar nesse sentido mas, o que realmente parece surgir como uma Verdade, nesta fase da Humanidade, esta urgência surge já como uma condição, já não creio mesmo como uma escolha, para os que querem mesmo viver. Hoje existem imensas técnicas e ajuda de inúmeras ciências, até milenares. (continua no próximo artigo). site: www.monicacamacho.com (em construção). Critérios para o diagnóstico clínico
Dor em pelo menos 11 dos 18 pontos preestabelecidos (Foto), Dores em todo o corpo há mais de três meses, Enxaqueca, irritabilidade, cansaço inexplicável, sensação de formigamento nos braços e pernas.Fonte: Revista do DN