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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

DESORDEM TOTAL NAS ELEIÇÕES PARA A ORDEM DOS MÉDICOS

A suspensão do mandato de bastonário da Ordem dos Médicos (OM) por Pedro Nunes fez estalar mais uma polémica, entre as várias que se fizeram sentir em todas as quatro eleições para a liderança das ordens profissionais em Portugal.
Ontem, o adversário de Pedro Nunes que passou à segunda volta, Miguel Leão, deu uma conferência de Imprensa para acusar Pedro Nunes de "não ter coragem para assumir as suas responsabilidades". Meia hora depois, o Conselho Regional do Norte daria uma conferência com o mesmo discurso.
Para Miguel Leão, o "abandono de funções" por parte de Pedro Nunes - após o acto eleitoral da passada quarta-feira em que ficou 2,45% atrás do seu adversário - significa "mau perder". Miguel Leão aproveitou ainda para criticar o "momento" da decisão quando foi pública a resolução da Procuradoria-Geral da República de intentar uma acção contra a Ordem, a propósito do Código Deontológico + [que é contra a Interrupção voluntária da gravidez + ]".
O mesmo discurso
Para o Conselho Regional do Norte, esta suspensão significa "uma falta de respeito, por não haver justificação válida; uma falta de respeito perante todos os médicos; e uma falta de espírito democrático, ao não aceitar a vontade expressa dos médicos".
Em duas conferências seguidas, na Ordem dos Médicos no Porto, Miguel Leão e o Conselho Regional do Norte afinaram pelo mesmo diapasão "Nós não estamos aqui para defender a candidatura de Miguel Leão. Fizemos esta conferência por não concordarmos com a atitude desse senhor. O Conselho Regional tem de se pronunciar sobre isto. A verdade é que suspendeu o seu mandato sem avisar. Soubemos pela TSF. Se Pedro Nunes entende que não se sente representado, então que nem sequer se apresente à segunda volta", afirmou José Moreira da Silva, presidente deste Conselho.
O outro lado da história
Perante tudo isto, Pedro Nunes é peremptório. "Lamento que o dr. Miguel Leão não tenha as qualidades éticas necessárias para ser um bastonário. A ânsia de poder é tão grande que o ofusca e, francamente, não lhe admito que ele julgue a minha idoneidade e a minha coragem".
Sobre a suspensão do seu mandato, Pedro Nunes voltou a justificar-se. "Não tenho representatividade democrática. Não posso ser eu, ainda à espera dos resultados de uma segunda volta, a falar pela Ordem, a representar os médicos. Nem eu, nem o dr. Miguel Leão. Não podemos falar pelos médicos agora".
De resto, a falta de uma maioria absoluta, na passada quarta-feira, obrigou a uma segunda volta, agendada já para o próximo dia 16. Os resultados da primeira volta revelaram uma votação massiva em Miguel Leão, no Porto e em Braga, tendo este ganho em Vila Real e Viana de Castelo, por um diferença mínima. Miguel Leão ainda empatou em Bragança, mas de Aveiro para baixo os votos não o favoreceram.
O dia 16 de Janeiro decidirá, então, quem será o próximo bastonário, numa competição que não tem primado pela elegância, à semelhança, aliás, do sucedido com outras ordens, recentemente (ver textos abaixo).

16 Janeiro é a data da segunda volta das eleições para o cargo de bastonário da Ordem dos Médicos, depois da primeira volta realizada na última quarta-feira.

11 000 médicos irão às urnas no próximo dia 16, para decidir quem será o próximo bastonário da Ordem, um universo crescente nos últimos anos.

Fonte: JN