Em dois anos e meio, foram substituídos 12 directores de serviço no Hospital Amadora-Sintra + . O caso mais radical, que está agora em tribunal, foi a decisão de despedir um médico, que exercia funções de director de serviço de Cirurgia, depois de a administração da unidade o acusar de negligência no atendimento a um doente, que nunca apresentou queixa.
Uma negligência que foi comunicada pelo hospital à Ordem dos Médicos + e à Inspecção-geral das Actividades em Saúde (IGAS), mas que ambos os organismos consideraram inexistente. Mesmo assim, a administração decidiu avançar para o despedimento do cirurgião.
"É uma situação de ‘mobbing’ (violência psicológica no local de trabalho)", afirma Isabel Caixeiro, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos. A responsável diz que, apesar de o organismo já ter tomado posição, está agora a ser elaborado um relatório mais pormenorizado, com os dados clínicos do doente, no sentido de voltar a esclarecer o caso. "Não faz qualquer sentido um médico em plenas condições para exercer ser afastado, mas essa questão é laboral, já não está nas nossas competências", acrescenta.
Apesar dos pareceres em contrário, o médico está impossibilitado de exercer qualquer função clínica pela administração. Desde Fevereiro que foi remetido para uma sala e está proibido de ter "qualquer contacto com colaboradores e utentes" do hospital sem "autorização prévia e por escrito da comissão executiva do hospital". Contactado pelo DN, o hospital escusou-se a fazer qualquer comentário, afirmando apenas que contestou o relatório da IGAS e que o processo está a correr nos tribunais.
Fonte: DN
Fonte: DN