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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

PARASITA DA MALÁRIA TEM AINDA MAIS FASES DE DESENVOLVIMENTO NO CORPO HUMANO DO QUE SE SABIA

O Parasita da malária + , nas várias fases de desenvolvimento por que passa no corpo humano, já foi espreitado ao microscópico por milhares de cientistas. Mas compreende-se ainda mal o que faz para nos deixar doentes. Agora, uma equipa internacional de cientistas relata na revista Nature ter descoberto novas fases pelas quais o Plasmodium falciparum passa no organismo humano.
Esta descoberta pode ser importante para desenvolver novos tratamentos para esta doença - não há nenhum 100 por cento eficaz e a infecção mata um milhão de pessoas por ano, sobretudo crianças com menos de cinco anos.
A doença é transmitida ao homem pela picada de
Mosquitos + que se alimentaram antes do sangue de outras pessoas infectadas. E o parasita que causa a doença continua misterioso, como acontece com a maioria dos agentes patogénicos parasitários - há muitas dúvidas sobre a forma como conseguem evadir-se à vigilância do sistema imunitário, por exemplo.
Agora, os cientistas usaram parasitas recolhidos em doentes, no Senegal, para analisar os seus genes e o seu padrão de actividade genética durante as várias fases do seu ciclo de vida no organismo humano, usando novas técnicas computacionais.
"Pela primeira vez, analisámos a biologia do parasita da malária num dos seus habitats - os humanos", disse um dos principais autores do trabalho,
Aviv Regev + . Os cientistas usaram amostras de sangue de mais de 40 senegaleses, tentando determinado quais dos 6000 genes do parasita se ligam e quais se desligam nas várias fases de desenvolvimento do Plasmodium. Assim, os cientistas descobriram coisas que nunca se tinha notado nos pratinhos de laboratório onde são cultivados os parasitas.
Detectaram três estados biológicos do parasita, incluindo um que parece estar relacionado com uma resposta inflamatória do organismo humano para tentar livrar-se da infecção.
Esta diversidade fisiológica era até agora desconhecida e pode ajudar a explicar a grande variedade de caminhos que a doença pode seguir no doente, desde sintomas do tipo gripal até coma e morte, diz um comunicado do Instituto Broad, a que estão ligados alguns dos cientistas. "Durante décadas, só conhecemos o parasita através de estudos em culturas de células, não nos próprios seres humanos", disse
Dyann Wirth + , da Escola de Saúde Pública de Harvard + . "O nosso trabalho mostra como é importante estudá-lo no seu meio natural."
Fonte: Jornal de Notícias