Em Portugal, cerca de meio milhão de homens sofrem de disfunção eréctil e nem sempre é fácil convencê-los de que a Medicina dispõe de soluções para permitir uma relação sexual normal. O problema é ainda maior fora dos grandes centros urbanos, onde, por uma questão cultural, os pacientes recusam tratamento. O último recurso passa pelo implante de uma prótese peniana, um mecanismo introduzido no pénis que devolve a erecção ao doente.
A prática cirúrgica já é habitual nos hospitais centrais mas, ontem, pela primeira vez, o Hospital Padre Américo do Vale do Sousa realizou um implante num homem de 50 anos. Uma intervenção importante para desmitificar medos numa zona com características sociais muito peculiares."Há casos em que é pedida a avaliação psicológica ou até psiquiatra do doente para a realização de um implante desta natureza porque nem sempre o doente está preparado para recebê-la", explica Pedro Vendeira, um dos cirurgiões envolvidos.
A intervenção, acompanhada pelo JN, demorou cerca de hora e meia e consistiu na introdução de dois cilindros, no interior do pénis, de um reservatório de silicone junto à bexiga e de uma pequena bomba alojada, no interior, entre os dois testículos do paciente.
Para o director do Serviço de Urologia, Joaquim Lindoro, o mais importante desta intervenção realizada no "Padre Américo" é o facto de o hospital estar dotado de equipamentos modernos e tecnologicamente avançados para permitir realizar este tipo cirurgia, fora dos grandes centros urbanos, proporcionando um serviço a uma população de mais de meio milhão de pessoas. "O maior risco destas intervenções cirúrgicas está na possibilidade de haver uma infecção pelo que só se realizam em unidades de saúde com excepcionais condições no bloco", frisou o director de Urologia
A disfunção eréctil, afirmam estes especialistas, afecta mais de meio milhão de portugueses e atinge sobretudo diabéticos e pessoas de meia-idade mas, ao contrário do que se poderá pensar, há também muitos jovens com a doença. O mecanismo introduzido no pénis destina-se apenas a permitir a erecção do pénis com recurso a uma pequena bomba, accionada pelo próprio indivíduo, antes da relação sexual.
Fonte: Jornal de Notícias