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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

SAÚDE 24 DESVIA CAMINHO DIRECTO PARA A URGÊNCIA

Mais de metade das pessoas que, de Abril até final de Novembro, recorreram à linha de atendimento Saúde 24, com o intuito de ser orientadas para uma urgência, tinham como intenção inicial dirigir-se a uma urgência hospitalar. Esta hipótese, manifestada por 56%, terá sido descartada por 26%, depois do aconselhamento prestado. A empresa que gere o sistema e a Direcção-Geral de Saúde consideram que "pelo menos 42 500" idas às Urgências + terão sido evitadas deste modo, num período de quase sete meses."
Nada pode garantir que não tenham ido", advertiu, ontem, Ramiro Martins, representante da empresa à qual o Ministério da Saúde adjudicou o serviço de atendimento prestado através da linha 808 24 24 24. Os números de desistências que estava a divulgar correspondem à intenção expressa por quem ligou a pedir conselhos, já depois de os obter. Fernanda Parra, da Direcção-Geral de Saúde, considera que os dados oficiais "são consistentes"com essa provável influência do aconselhamento, ainda que "não se possa estabelecer uma relação causal entre o Saúde 24 e a diminuição na procura das urgências hospitalares". Face a 2006, foi registada uma descida, em igual período, na ordem dos 60 mil casos de ida às urgências (o que equivale a 1,2%).
O Saúde 24 encaminhou para as urgências hospitalares 29 662 casos. Os conselhos para cuidados em casa dirigiram-se a 33 702. As consultas, de rotina ou de exame num prazo de três dias, foram "receitadas" em mais de 32 500 casos. Transferências da situação para o
INEM + somaram quase sete mil. Foi Lisboa a região que mais contribuiu para os cerca de 180 mil contactos, total de que quase 60% tinham como base cuidados com crianças.
A médio prazo, disse Fernanda Parra ao JN, o Saúde 24 "irá evoluir" para a marcação de consultas. É uma vertente que tem de ser "negociada" com a Missão das Unidades de Cuidados de Saúde Primários, acrescentou.
Fonte: Jornal de Notícias