
Nada pode garantir que não tenham ido", advertiu, ontem, Ramiro Martins, representante da empresa à qual o Ministério da Saúde adjudicou o serviço de atendimento prestado através da linha 808 24 24 24. Os números de desistências que estava a divulgar correspondem à intenção expressa por quem ligou a pedir conselhos, já depois de os obter. Fernanda Parra, da Direcção-Geral de Saúde, considera que os dados oficiais "são consistentes"com essa provável influência do aconselhamento, ainda que "não se possa estabelecer uma relação causal entre o Saúde 24 e a diminuição na procura das urgências hospitalares". Face a 2006, foi registada uma descida, em igual período, na ordem dos 60 mil casos de ida às urgências (o que equivale a 1,2%).
O Saúde 24 encaminhou para as urgências hospitalares 29 662 casos. Os conselhos para cuidados em casa dirigiram-se a 33 702. As consultas, de rotina ou de exame num prazo de três dias, foram "receitadas" em mais de 32 500 casos. Transferências da situação para o INEM + somaram quase sete mil. Foi Lisboa a região que mais contribuiu para os cerca de 180 mil contactos, total de que quase 60% tinham como base cuidados com crianças.
A médio prazo, disse Fernanda Parra ao JN, o Saúde 24 "irá evoluir" para a marcação de consultas. É uma vertente que tem de ser "negociada" com a Missão das Unidades de Cuidados de Saúde Primários, acrescentou.
Fonte: Jornal de Notícias