Neurocirurgiões norte-americanos criaram uma nova técnica que possibilita a remoção de uma forma segura dos tumores em áreas do cérebro ligadas ao uso da linguagem
Segundo a pesquisa publicada na revista The New England Journal of Medicine, a técnica utilizada pelos cientistas consiste em reduzir a exposição cerebral, reduzindo o tempo em que o paciente permanece desperto durante a intervenção cirúrgica. Este novo método proporciona ainda novos dados que aprofundam o conhecimento científico sobre a forma como se organiza a linguagem no córtex cerebral de uma pessoa.
Esta técnica, denominada por "cartografia cerebral negativa", elimina a necessidade de extirpar grandes sectores cranianos enquanto o paciente se encontra desperto, permitindo ainda que se realizem craniotomias bastante mais pequenas de forma a apenas expor alguns centímetros do cérebro do paciente. Em seguida, os cirurgiões configuram uma espécie de "mapa" do cérebro consoante a estimulação de cada um desses sectores através de uma eléctrodo bipolar.
Comparativamente com o método tradicional, esta nova técnica não necessita de uma identificação positiva dos sectores da linguagem, guiando-se pela localização de áreas onde a mesma não tem qualquer função.
"Este estudo representa uma mudança paradigmática na cartografia (cerebral) da linguagem", afirmou Mitchel Berger, director do Centro de Investigações de Tumores Cerebrais da Universidade da Califórnia.
"Não só demonstrámos que esta técnica se pode usar com segurança no novo desenho do cérebro, como também mostrámos que a organização funcional da linguagem é muito mais diversa e individual do que se acreditava antes", concluiu o especialista.
Fonte: Fármácia