Sindicato marca posição antes das negociações com Ministério da Saúde Os enfermeiros ameaçam abandonar as Unidades de Saúde Familiar (USF + ) ou fazer Greve + se os seus incentivos financeiros extraordinários não forem equiparados aos dos médicos, como está actualmente previsto numa proposta de projecto de portaria.
Os avisos foram lançados ontem pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses + (SEP), depois de reuniões com profissionais do sector que integram 96% das 105 USF existentes. Em declarações à Agência Lusa, José Carlos Martins, dirigente daquele sindicato, explicou que esta posição fica marcada, ainda antes do início das negociações, por mostrar ao Ministério da Saúde que "se não houver recuos haverá uma fortíssima oposição".
A proposta apresentada ao SEP pela Missão de Cuidados de Saúde Primários regula os incentivos institucionais - informação técnica, formação e melhoria das condições de trabalho - e financeiros para enfermeiros e administrativos, depois desses bónus terem sido definidos para os médicos em Agosto, através de decreto-lei.
Mas os enfermeiros recusam que os incentivos institucionais estejam "quase totalmente dependentes" da avaliação da actividade médica e defendem "um conjunto de indicadores equitativos para todos os profissionais para que possa existir um factor adicional de empenho e co-responsabilização".
"Se o sector médico não se empenhar, ninguém terá esses incentivos", sublinhou José Carlos Martins.
O SEP lembrou ainda que os incentivos financeiros também estão condicionados à atribuição dos incentivos institucionais, pelo que os enfermeiros poderão estar novamente dependentes do desempenho dos médicos e se estes atingem os resultados contratualizados anualmente.
O pagamento anual dos montantes dos incentivos planeado para os enfermeiros e administrativos (ao contrário do pagamento mensal para os médicos) é também contestado, por receio que os valores só comecem a ser entregues em 2010. LUSA
Fonte: DN de Lisboa