Um inquérito feito pela Federação Nacional de Associações de Estudantes de Enfermagem revelou ontem que metade dos enfermeiros não conseguiu emprego na área de formação seis meses depois de ter terminado o curso. Na Região, o Desemprego + também existe entre estes profissionais. "Pela primeira vez nos últimos dois anos, temos enfermeiros no desemprego", apontou o presidente do Sindicato dos Enfermeiros na Madeira, Juan Carvalho + .
O responsável alertou para a ambiguidade actual da situação. Neste momento, há enfermeiros sem emprego, mas também uma falta de profissionais nos vários estabelecimentos do Serviço Regional de Saúde + .
"Há falta de enfermeiros nos serviços, mas estão no desemprego", frisou, explicando que a última oferta pública de emprego previa cerca de 63 vagas e concorreram, na altura, mais de quatrocentos enfermeiros. Juan Carvalho explicou que, na Região, os enfermeiros assinam contratos de trabalho por tempo indeterminado, havendo a possibilidade de continuarem na instituição. O mesmo não acontece a nível do continente. Muitas vezes, os enfermeiros são contratados a prazo e, no final desses acordos, acabam por ser dispensados. "Esta é uma realidade cada vez maior a nível nacional", referiu, apontando que a situação é mais "estável" na Região, embora pese o facto de não abrirem concursos públicos. Os contratos a prazo, na opinião do responsável, "criam instabilidade nos enfermeiros e deterioram a qualidade dos cuidados".
A condicionar esta situação poderão estar, como apontou, "dificuldades económicas". "Há falta de enfermeiros em todos os serviços do Serviço Regional de Saúde, desde os cuidados primários aos hospitalares e não vemos razões para não abrirem novas ofertas públicas de emprego", rematou.
No continente, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses + estima que haja no desemprego 2500 enfermeiros e 15 mil em formação. O inquérito divulgado foi efectuado junto de 40 escolas de Enfermagem no país, no final do ano passado.
Fonte: DN