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quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

HISPANOS E NEGROS RECEBEM MENOS ANLAGÉSICOS DO QUE BRANCOS NAS URGÊNCIAS

Os hispanos e os negros recebem menos analgésicos potentes do que os brancos nas consultas de urgência dos hospitais dos Estados Unidos, segundo um estudo hoje divulgado por uma revista da especialidade


O artigo, publicado na edição de 2 de Janeiro da revista Journal of the American Medical Association + , especula que os médicos e enfermeiros dão a doentes hispanos e negros menos fármacos, ao suspeitarem que estes estão a exagerar nos sintomas que dizem sentir para obter mais calmantes, para seu uso, ou para os vender.

«No há qualquer prova de que essa suspeita seja correcta», contesta o médico Mark Pletcher, autor principal do estudo.

«Não há nenhuma evidência de que os pacientes não brancos estejam a sofrer menos dores, ou um tipo diferente de dores (relativamente aos brancos) quando chegam à consulta de urgência», adiantou.

O estudo analisou os fármacos prescritos em 150 mil deslocações às consultas de urgência do país entre 1993 e 2005, e concluiu que 31 por cento dos pacientes brancos receberam analgésicos derivados do ópio, narcóticos usados para pessoas com níveis médios e altos de dor.

Em comparação, 28 por cento dos asiáticos, 24 por cento dos latinos e 23 por cento de negros obtiveram esses fármacos.

Em substituição, os médicos deram a 36 por cento dos pacientes não brancos analgésicos mais fracos, não derivados do ópio, como o Ibuprofeno + e Aspirina + s. Apenas 26 por cento dos brancos receberam essas substâncias.

O estudo também indica que uma das possíveis razões para a disparidade radica no facto de os brancos exigirem melhores Cuidados de saúde + junto do pessoal médico - em comparação com os membros de minorias -, e que se queixam mais de dor.

O uso de narcóticos prescritos nas consultas de urgência aumentou de 23 por cento para 37 por cento entre 1993 e 2005 nos Estados Unidos, segundo a investigação.

«Os estudos na década de 90 mostravam uma disparidade racial ou étnica preocupante no uso destes analgésicos potentes», disse Pletcher.

«Esperávamos que o esforço recente a nível nacional para melhorar a gestão da dor nos centros de urgência reduzisse essa disparidade. Infelizmente, não é o caso», frisou.

Fonte: Lusa/SOL