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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

INVESTIGAÇÃO ASSOCIA VARIANTE PERIGOSA DA MRSA A HOMOSSEXUAIS

Estudo norte-americano




Foi baptizada de USA300 e, para quem está familiarizado com as infecções hospitalares, promete ser mais perigosa que a MRSA, a Methicülin Resistant Staphylococcus Aureus + ( a bactéria resistente à meticilina encontrada sobretudo em unidades de saúde). A nova variante da MRSA ganhou força fora do meio hospitalar, revelou-se resistente a mais Antibióticos + e já fez as primeiras vítimas. O estudo mais recente sobre este fenómeno - que já terá chegado à Europa - foi publicado na edição online da Annals of Internal Medicine + revelou que a comunidade homossexual masculina parece ser um alvo preferencial da infecção.



A investigação norte-americana queria perceber a incidência da US300 em São Francisco e detectar alguns dos factores de risco para a transmissão da infecção. Para isso, foram analisados os processos clínicos de doentes com infecções por MRSA, detectadas entre 2004 e 2006, em nove hospitais e duas clínicas. Os resultados foram preocupantes.



A incidência da US300 em São Francisco era de 26 casos por 100 mil pessoas. Mas no mapa da doença os investigadores realçam um dado: “A incidência era mais elevada em 8 “zip codes” [código-postal] contíguos com uma maior proporção se casais homossexuais masculinos”. E assim concluem: “Sexo entre homens foi identificado como factor de risco para a multirresistente infecção USA300, independentemente de uma anterior infecção por MRSA”. Um risco que, sublinham, não estará relacionado com a infecção por HIV.



O estudo não se debruçou sobre o comportamento sexual dos doentes infectados nem sequer sobre eventuais Comportamentos de risco + . Ainda assim, os investigadores consideram que a elevada prevalência entre homossexuais masculinos permite estabelecer a relação entre esta comunidade e a perigosa infecção. Segundo alegam, a associação do USA300 a esta população específica está fundamentada com a elevada incidência detectada no âmbito da investigação realizada em São Francisco, dois estudos clínicos e um levantamento feito com base nos casos observados nos serviços de emergência.




No Reino Unido, segundo a BBC, terão já sido detectados dois casos de USA300. Em Portugal ainda não haverá registo desta infecção. A doença manifesta-se com lesões na pele nas nádegas, órgãos genitais e períneo.



Bactérias hospitalares mais comuns




Escherichia coli, Staphylococcus aureus + ou Streptococcus pneumoniae + são nomes difíceis de pronunciar.



Porém, estas serão as Bactérias mais comuns no meio hospitalar e, frequentemente, as culpadas por casos de infecção hospitalar. Os dados mais recentes apontam para um aumento destes organismos nos hospitais.De acordo com o relatório do Sistema Europeu de Vigilância da Resistência




Antimicrobiana, divulgado no início deste ano e referente a 2004 e 2005, a escherichia coli (responsável por infecções urinárias) sofreu um aumento considerável: em 2005 foram isolados 1171 casos, mais 417 do que no ano anterior. O segundo organismo mais detectado foi o staphylococcus aureus (com maior resistência aos antibióticos): 1153 bactérias, mais 90 casos do que em 2004.




Também em crescimento, está o streptococcus pneumoniae (que ataca os sistemas imunitários mais frágeis), tendo em 2005 sido isolados 202 casos, mais 36 situações que em 2004.

Fonte: Público