Passados cinco anos sobre a aplicação de legislação que regulamenta a prescrição de medicamentos Genéricos + em Portugal, tanto a Ordem dos Médicos + na Madeira como a Ordem dos Farmacêuticos + , também da Região, fazem um balanço positivo à medida que, aos poucos e poucos, vai conseguindo ganhar confiança junto não só da classe médica como também do próprio utente.
Em declarações prestadas ao JORNAL da MADEIRA, José França, novo representante da Ordem dos Médicos (a ser empossado em meados de Fevereiro), diz-nos que tem havido um aumento gradual na prescrição dos genéricos que, realça, «não são para substituir os medicamentos de marca mas para os complementar». No entender do novo responsável da Ordem dos Médicos na Madeira, «felizmente, não tem havido qualquer renitência quanto a isso». Às vezes, conforme prossegue, «a renitência poderá vir mais da parte do doente do que do próprio médico». José França diz que há doentes que «habituados a tomar um medicamento há 10 anos, recusam-se a mudar os seus hábitos».
«Mesmo explicando que o remédio terá os mesmos efeitos, por vezes, o doente não aceita bem», afirma.
No que toca à segurança dos genéricos, José França não tem dúvidas da sua eficácia. «Temos confiança e eu, como prescritor diário, não tenho qualquer problema em os prescrever. Mas não utilizo sempre o genérico. Há casos e casos. Sempre que posso faço-o. Atenção que há genéricos que são mais caros do que o de marca», refere, para logo acrescentar que, sempre que possível, os médicos devem beneficiar o utente e o Estado.
Paulo Sousa, da Ordem dos Farmacêuticos, faz um balanço claramente positivo desta medida dos genéricos considerando que, tanto médicos, como utentes, souberam agarrar a oportunidade.
Exemplificando, o representante da Ordem dos Farmacêuticos referiu que há um medicamento cujo nome genérico é o Ciprofloxacina 750 mg/16 (antibiótico de largo espectro) cuja diferença de preço para o "seu" medicamento de marca é de 39,55 cêntimos no regime geral e 33,61 cêntimos no regime especial. Paulo Sousa explica que a cota de mercado dentro de um grupo homogéneo ultrapassa seguramente os 90 por cento. Paulo Sousa explica que, quando há várias marcas de genéricos dentro de um grupo de medicamentos, uma molécula com custos significativos tanto para o Estado como para os utentes, tem percentagem de utilização superior aos 90 por cento. «O que é sinal que os médicos agarram esta oportunidade e os próprios utentes estão a utilizar este tipo de fármacos com segurança, eficácia e com custos mais reduzidos», diz o representante da Ordem dos Farmacêuticos.
Fonte: JM
