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segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

TESTE ALIMENTAR' EM FARMÁCIA GERA DÚVIDAS À CLASSE MÉDICA

'Yorktest' está à venda em câmara de Lobos mas não convence a ordem dos médicos


Pouco divulgado na Madeira, o 'Yorktest' começa a suscitar algumas referências em território continental, nomeadamente nas páginas electrónicas subordinadas às temáticas do nutricionismo.


Na Região, explica o farmacêutico Ricardo Ramos, o teste está disponível por 375 euros e "uma só picada". A colheita de sangue é feita na Farmácia Popular, em Câmara de Lobos, e encaminhada para um laboratório em Londres que, num prazo de três semanas a um mês, informa o cliente sobre os diferentes graus de intolerância a 113 alimentos distintos.


A ideia consiste em prevenir, explica Ricardo Ramos, as reacções secundárias provocadas pelos alimentos ingeridos regularmente. "Há pessoas que pensam ter Alergia + a um determinado alimento e, na verdade, são intolerantes", refere.


Enquanto uma alergia alimentar consiste numa reacção imediata a um alimento específico, a intolerância traduz-se num processo bem mais lento.


O especialista acredita que - depois de identificados e removidos da dieta os alimentos causadores de distúrbios - é possível prevenir problemas como Asma + , a Rinite + , entre outros. Outra vantagem é "a perda de peso de uma forma saudável".


Ricardo Ramos destaca o caso de um cliente que alcançou o peso desejado, após ter frequentado vários tratamentos sem o resultado pretendido. "Fez o teste, apercebeu-se dos alimentos aos quais era intolerante, seguiu as indicações à risca e, passado uns meses, estava satisfeitíssimo", recorda o o farmacêutico.

375 euros numa picada


Custa 375 euros e analisa um conjunto de alérgenos de 113 alimentos. Na Região, o 'Yorktest' está acessível em Câmara de Lobos, mas as opiniões divergem quanto à sua eficácia.

A ideia de disponilizar aos madeirenses o teste (ver destaque) à intolerância alimentar surgiu há dois anos quando a directora técnica da Farmácia Popular, Celina Couto, frequentou uma acção de formação no Continente. Desde então, o estabelecimento farmacêutico recebeu mais de 20 solicitações. "Pensámos no teste, que só nós disponibilizamos na Madeira, como uma mais-valia para a farmácia e para a população, e não tanto em termos financeiros", afirma Ricardo Ramos.


O farmacêutico adjunto não tem dúvidas sobre a eficácia do 'Yorktest' que, mediante uma colheita de sangue feita na farmácia, fornece ao utilizador dados "específicos" sobre o grau de intolerância a 113 alimentos.

"A despistagem é útil para as pessoas que pensam ter alergia a determinado alimento, que querem emagrecer ou que, por exemplo, têm problemas de pele", explica.


Entre os clientes da Farmácia Popular, Ricardo Ramos conta com alguns médicos. Mas o 'Yorktest' está longe de convencer toda a classe médica, na Madeira. Apesar de não se revelar contra a comercialização do 'Yorktest', José França, líder do Conselho Distrital da Madeira da Ordem dos Médicos + , acredita que a realização da despistagem nos laboratórios regionais é "mais completa" e, por isso, "mais credível". Para além de ser financeiramente mais acessível, o acompanhamento do Médico de família + é, para José França, uma das vantagens de se realizar o teste nos laboratórios regionais. "Em termos de testes primários, não vejo problema em recorrer à farmácia, já os testes mais completos devem ser feitos ao nível da patologia clínica", alerta.
Fonte: DN