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terça-feira, 1 de setembro de 2009

RUBÉOLA: SARAMPO RÁPIDO




Chamam-lhe sarampo dos três dias porque os sintomas são semelhantes aos do sarampo mas menos severos e infecciosos. É assim a rubéola, doença própria da infância mas mais perigosa para as mulheres grávidas.






Está praticamente erradicada nos países desenvolvidos, o que significa que os casos são raros. A vacina assim o permitiu.





Mas isso não significa que o risco de infecção deva ser negligenciado: as mulheres grávidas são as mais vulneráveis a esta doença própria da infância com contornos muito semelhantes aos do sarampo mas menos severa.





É causada pelo vírus que lhe dá o nome e transmite-se facilmente: através da tosse ou dos espirros de uma pessoa infectada ou do contacto directo com as secreções libertadas pelo sistema respiratório de um doente.





É também transmissível por via uterina, da mãe para o feto. Duas a três semanas após o contágio costumam emergir os sintomas. Mas podem ser tão ligeiros que seja difícil identificá-los, sobretudo nas crianças.





Numa primeira fase, instala-se um mal-estar generalizado, com febre ligeira, dores de cabeça, nariz congestionado ou a pingar, olhos vermelhos.





Numa segunda fase, emergem na pele pequenas manchas de cor rosada, com a dimensão da cabeça de um alfinete, inicialmente localizadas na cabeça e no pescoço mas que depressa se espalham pelo tronco e membros.





Um dia basta para que todo o corpo fique pigmentado, sendo poupadas as palmas das mãos e as plantas dos pés, além de que, ao contrário de outras erupções cutâneas, não há comichão.





Em dois a três dias - é por isso que é chamado sarampo dos três dias - estas manchas desaparecem e pela mesma ordem em que surgiram. Associadas a elas verifica-se uma inflamação dos gânglios linfáticos: localizados atrás das orelhas e na nuca e nas axilas e virilhas, ficam inchados e dolorosos ao toque.





Também este sintoma desaparece, mas demora mais tempo. Quando a rubéola afecta jovens e adultos, causa alguma sintomatologia específica: nos do sexo masculino pode ocorrer uma dor transitória nos testículos, enquanto nos do sexo feminino se verifica com frequência dor nas articulações, sobretudo nos dedos, pulsos e joelhos.





Calcula-se que num quarto dos doentes a infecção passe despercebida. E mesmo com sintomas esta é uma doença autolimitada, o que significa que evolui espontaneamente para a cura ao fim de alguns dias. Significa isto que, na maioria das vezes, nem há lugar a tratamento, a não ser que haja necessidade de controlar a febre e alguma dor.





Para esse efeito, pode recorrer-se a um analgésico (mas não aspirina, pois nas crianças está associado a um risco acrescido de uma doença potencialmente fatal).





Os antibióticos não são úteis para tratar a rubéola, pois a sua origem é vírica. Usam-se apenas numa das suas complicações - a otite média. Mais rara mais também mais grave é a encefalite, infecção do cérebro



Atenção grávidas!





Igualmente graves são as complicações associadas à infecção durante a gravidez. Numa mulher grávida não imunizada - que não está vacinada e nunca teve a doença - a rubéola pode ter consequências severas, até fatais, para o bebé.





A maioria dos nascidos de mães infectadas no primeiro trimestre de gestação desenvolvem anomalias congénitas - é a chamada rubéola congénita. Podem ocorrer vários problemas, incluindo atraso no crescimento, cataratas, surdez, defeitos cardíacos e noutros órgãos. A probabilidade de um aborto é significativa, existindo ainda o risco de morte fetal.





É nos primeiros três meses que o perigo é maior, mas a exposição ao vírus em fases mais avançadas da gravidez também é perigosa. É um facto que o número de bebés nascidos com rubéola congénita declinou consideravelmente desde que, em 1969, foi criada a vacina contra esta infecção. Mas o risco existe se a mãe não estiver imunizada: a vacina é, de facto, a protecção mais eficaz, mas já ter contraído a doença também oferece imunização.





Se estiver a planear engravidar, a mulher deve assegurar-se de que está protegida: deve confirmar se foi vacinada e, se não o tiver sido, deve ser determinado laboratorialmente se teve ou não rubéola. Se a resposta for negativa, deve vacinar-se, usando um método contraceptivo nos dois meses seguintes.





A rubéola é uma doença benigna. Com frequência, vem e vai sem se dar por ela. Mas durante a gravidez todo o cuidado é pouco: aliás, a imunização à rubéola faz parte da bateria de análises pré-natais. O vírus, contraído por inalação das partículas suspensas no ar ou por contacto directo com uma pessoa infectada, entra no fluxo sanguíneo da mãe e difunde-se, atingindo a placenta e, através dela, o feto. Um risco que a vacina previne.









Tripla protecção





A vacina que oferece imunização contra a rubéola é também a que protege contra o sarampo e a papeira - a VASPR ou tríplice vírica. É dada em duas doses, a primeira aos 15 meses e a segunda pelos cinco, seis anos.





A vacina é bem tolerada, mas duas a três semanas após a sua administração podem declarar-se alguns efeitos secundários, nomeadamente febre de curta duração e uma ligeira erupção na pele. Crianças com alergia ao ovo ou ao antibiótico neomicina não devem ser vacinadas.









Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF