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domingo, 4 de outubro de 2009

DENTES ALINHADOS



Alinhar os dentes e maxilares, corrigindo más posições, é o objectivo dos aparelhos que, cada vez mais, andam na boca de crianças e adultos. Para uma boca saudável mas também uma aparência mais agradável.

Mais ou menos discretos, deixam-se entrever em cada vez mais bocas e de todas as idades. São os conhecidos "aparelhos" dos dentes, a principal ferramenta da ortodontia, o ramo da medicina dentária que visa detectar, prevenir e corrigir as anomalias de dentes e maxilares.

Fala-se em geral de "dentes tortos" mas, sob esta designação, escondem-se problemas muito distintos, com os aparelhos a serem úteis quando os dentes superiores avançam muito em relação aos inferiores (retrognatismo) ou quando acontece o contrário e o maxilar inferior se sobrepõe ao superior (prognatismo).

Mas também quando os dentes estão encavalitados, por falta de espaço, e ainda quando há intervalos acentuados entre os dentes, por não se ter completado a dentição definitiva.

São apenas os exemplos mais comuns, mas há outras situações que podem justificar a intervenção de um especialista e a colocação do aparelho.

Em todos os casos há, no entanto, a preocupação de devolver à boca um alinhamento adequado de dentes e maxilares de modo a facilitar a articulação e a mastigação. É essencialmente uma questão de saúde pois dentes mal alinhados são dentes em risco: a higiene oral é dificultada, favorecendo-se a concentração de placa dentária e o consequente desenvolvimento de cáries e outras doenças dos dentes e das gengivas.

Além disso, quando há desacerto entre os dentes e os maxilares exerce-se uma pressão excessiva sobre os músculos envolvidos na mastigação, o que pode conduzir a alterações na estrutura dos maxilares e dores de cabeça, pescoço, ombros e costas.

Naturalmente que se colocam também questões estéticas: dentes mal alinhados prejudicam a aparência e, eventualmente, afectam a auto-estima.

O excessivo avanço dos dentes da frente ou a existência de dentes sobrepostos podem, por exemplo, levar a pessoa a escondê-los, retraindo-se nos contactos sociais. E as crianças são com frequência alvo da troça dos pares, conhecida que é a chamada crueldade infantil.

Discretos ou nem por isso

Não há uma idade limite para a colocação destes aparelhos, mas, em regra, não é preconizada para as crianças com a primeira dentição, excepto se os dentes da frente estiverem de tal forma avançados que haja risco de se quebrarem (em caso de uma queda, por exemplo). Nestas idades, a má posição dos dentes pode estar associada a hábitos como chuchar no dedo, pelo que os especialistas optam por esperar, no mínimo, até aos sete anos. Em geral, aguarda-se pela erupção dos dentes definitivos, avaliando caso a caso a necessidade de intervenção.

Os aparelhos ortodônticos funcionam exercendo pressão sobre os dentes e os maxilares, de modo a produzir os ajustamentos desejados.

Os mais utilizados são os chamados aparelhos fixos, constituídos por brackets, arames e bandas - os brackets são pequenos quadrados que se colocam na face externa dos dentes; são ligados entre si por arames; já as bandas são fixas à volta dos dentes que servem de pilar ao tratamento; há ainda que contar com os elásticos que seguram os arames aos brackets e que actualmente são verdadeiros arcos-íris, havendo-os de todas as cores, dos mais discretos aos fluorescentes.

Estão ainda disponíveis aparelhos amovíveis, usados também para alinhamento de dentes e que constituem uma alternativa aos brackets tradicionais nos adultos. Não se notam e são retirados para as refeições e higiene oral.


Persistência e cuidados extra

Um tratamento de ortodontia prolonga-se, quase sempre, por mais de seis meses, podendo estender-se até dois anos. No intervalo, são feitos reajustes mensais à tensão exercida pelos arames, de modo a progressivamente corrigir a posição dos dentes. É, pois, um tratamento que exige paciência e determinação, até porque a adaptação nem sempre é fácil: a colocação do aparelho causa algum desconforto e até dor, podendo interferir na mastigação, mas o incómodo vai-se atenuando.

Nesse percurso são necessários alguns cuidados, nomeadamente evitando alimentos que podem ser nocivos para os dentes e praticando uma rigorosa higiene oral. Pastilhas elásticas, caramelos, bolachas duras, cenouras cruas, doces e bebidas gaseificadas são de evitar, uns porque se colam aos dentes e às partes do aparelho, dificultando a sua remoção, outros porque a sua consistência exige um esforço acrescido na mastigação (podendo partir ou dobrar os arames) e outros ainda porque contêm açúcar, uma das causas das cáries dentárias.

Quanto à higiene oral, é importante que haja maior cuidado, na medida em que a placa bacteriana se pode acumular em volta do aparelho, o que dificulta a sua remoção e põe em risco o sucesso do tratamento. Dentes e brackets devem ser mantidos rigorosamente limpos sob pena de o esmalte dentário ir descalcificando e abrindo caminho a cáries e doenças das gengivas. As lesões no esmalte resultam em manchas brancas nos dentes, que permanecem visíveis - e inestéticas - depois da remoção do aparelho.

Este esforço acrescido compensa: um tratamento bem sucedido é sinónimo de dentes mais duradouros, de uma boca mais saudável e de uma aparência mais agradável.

Aparelhos "saudáveis"

O sucesso do tratamento de ortodontia depende muito dos cuidados com a higiene oral e com a alimentação. Assim, deve:

• Escovar-se os dentes rigorosamente pelo menos duas vezes por dia mas idealmente após todas as refeições;

• Usar-se uma escova pequena, com filamentos suaves com uma extremidade arredondada;

• Usar uma solução de pré-escovagem, que facilita a remoção da placa;

• Bochechar com elixir fluoretado ao deitar;

• Evitar alimentos duros ou de consistência pegajosa;

• Evitar doces e bebidas refrigerantes ou gaseificadas.

Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF