Três meses após a entrada em vigor do diploma que tanta polémica deu - Alberto João Jardim + alegou que não aplicaria a lei na Madeira -, às mulheres da ilha foi-lhes oferecido um protocolo assinado entre o Governo Regional e a Maternidade Alfredo da Costa + , em Lisboa. Mesmo assim, garante o responsável, ninguém solicitou os serviços daquela unidade de referência. Ramos garante que, ao contrário do que se afirmou, "o Governo Regional nunca fechou as portas do diálogo no sentido de encontrar uma solução conjunta".
E é assim, nestes moldes, que "a Lei da IVG + está em vigor na Região Autónoma da Madeira, tal como no resto do País. Independentemente da matéria constitucional, a lei foi aprovada e promulgada, portanto aplica-se a todo o território nacional", disse Jardim Ramos.
Apesar das promessas de que o Orçamento Regional para 2008 iria contemplar os custos e os meios humanos necessários à aplicação do diploma na região, nada foi acertado até agora. "Só vamos discutir o Plano e Orçamento em Dezembro. Entretanto, vamos analisar a situação", afirmou ao DN.
Apesar dos custos da aplicação da lei na Madeira rondarem os 220 a 280 mil euros, um despacho de João Jardim considerou que o Governo central não podia "determinar ou debitar despesas" à região que não estivessem previstas no Orçamento Regional, o qual é da competência da Assembleia Legislativa da Madeira .
Apesar dos dados oficiais, é difícil acreditar que, de um dia para o outro, as mulheres madeirenses tenham deixado de fazer interrupções de gravidez sem sair da região. Há clínicas no Funchal que há anos praticam a IVG, com internamento e acompanhamento médico.
Fonte: Diário de Notícias de Lisboa