Data: 17-10-2007
Mais do que adaptação ao processo de Bolonha, o curso de Medicina da Universidade de Lisboa e, consequentemente, o Ciclo Básico de Medicina da Universidade da Madeira, sofreram neste ano lectivo uma mudança do plano curricular.
Mais do que adaptação ao processo de Bolonha, o curso de Medicina da Universidade de Lisboa e, consequentemente, o Ciclo Básico de Medicina da Universidade da Madeira, sofreram neste ano lectivo uma mudança do plano curricular.
Segundo explicou ao DIÁRIO a directora do Departamento de Ciências da Saúde da UMa + , Isabel Torres, a decisão de implementar uma alteração curricular partiu de uma Comissão Externa que, em 2006, foi nomeada para avaliar a licenciatura. "Juntando essa necessidade com a adaptação a Bolonha surgiu o novo plano curricular e ficamos então perante o curso de Mestrado Integrado em Medicina", referiu.
A mudança não implicou uma alteração nem aumento do actual quadro docente, mas levou a que, neste ano, coexistam dois planos curriculares distintos: um para o 1º ano e outro para o 2º.
Isabel Torres explica que o novo plano baseia-se na mudança feita também pela Harvard School of Medicine, uma das mais prestigiadas do Mundo, e que consistiu na integração das várias matérias. "O novo plano curricular está preconizado em diferentes módulos, as avaliações são feitas no fim de cada módulo e as várias áreas temáticas que o compõem são ministradas de forma integrada". Isto significa que, por exemplo, quando é ensinado o aparelho circulatório é explicada a Biologia, a Bioquímica, a Fisiologia, a Anatomia, a Anatomia Patológica, etc, desse mesmo aparelho. As disciplinas clássicas deixam assim de existir.
Segundo Isabel Torres, "os alunos agora têm um primeiro objecto de estudo que é a molécula. Depois estudam as células, os órgãos e as funcionalidades dos órgãos. Paralelamente a isto estarão a estudar os problemas éticos e da profissão, a medicina social, as políticas de saúde, a epidemiologia". A humanização da prática médica é um dos objectivos a alcançar, afirma.
Ciclo Básico será alargado
A directora do Departamento de Ciências da Saúde da UMa, Isabel Torres, afirmou que continua a existir a vontade de alargar o Ciclo Básico de Medicina para três ou mais anos. "Essa vontade é partilhada de uma forma muito clara pela direcção da Faculdade de Medicina", diz.
Avançar para a implementação do 3º ano do curso na Madeira implicará a contratação de mais docentes e a criação de laboratórios mais especializados e dirigidos para a prática clínica. "Se tudo se proporcionar, o alargamento poderá acontecer talvez já em 2009/2010".
Já relativamente à parte prática do curso, no ano lectivo passado já se iniciou, em fase experimental, o projecto da 'Introdução à Clínica', em que alguns alunos optaram por fazer uma parte desta disciplina no Hospital Central do Funchal + . "Vamos continuar com essa possibilidade", afiançou Isabel Torres.
A responsável acrescenta que, de acordo com o protocolo assinado em Setembro passado entre o Departamento de Ciências da Saúde e a Secretaria dos Assuntos Sociais estão previstos novos passos ao nível dos estágios do 3º e 6º anos do curso.
Fonte: Diário de Notícias