
No quadro dos distritos portugueses, o Porto surge como o mais bem colocado, com sete concelhos a dispor de um nutricionista. Logo a seguir vem Aveiro, com três. Há mais cinco, onde se inclui Lisboa, com apenas um nutricionista. Os restantes não contam com qualquer apoio especializado na área da nutrição.
A situação é considerada preocupante pela APN, sobretudo porque os municípios são responsáveis pela distribuição de alimentação nas escolas que tutelam. E há vários erros alimentares já identificados nesses estabelecimentos: monotonia nas ementas, excesso de gordura e de sal, dificuldade em promover a aceitação de crianças por alimentos como legumes e a ideia errada que carne e peixe são "alimentos de prestígio". Alexandra Bento, presidente da APN, salienta que há "exemplos de algumas boas práticas em alguns municípios" que mostram que "as crianças, quando bem trabalhadas, são receptivas a experimentar gostos e texturas diferentes".
Por isso, adianta a responsável "há uma sensibilização a fazer junto dos autarcas", já que as refeições a fornecer devem obedecer não só a critérios de segurança, mas também de qualidade. Ou seja, diz Alexandra Bento, "devem ser pensadas em termos de equilíbrio nutricional".
Considerando o papel pedagógico das escolas, a presidente da APN defende que "é essencial criar Hábitos alimentares + saudáveis desde tenra idade". Uma estratégia essencial para reduzir a Obesidade infantil + no País: um quarto das crianças em idade pré-escolar tem excesso de peso, um valor que sobe para 30% quando se considera a população entre os sete e os 11 anos.
Actualmente, refere ainda Alexandra Bento, já existem normativos emitidos pelo Ministério da Educação (ME) relativamente à alimentação que pode ser vendida nos bufetes escolares. Em vias de serem publicados, estão também normativos relativos às cantinas. Documentos que são recomendações aos órgãos de gestão das escolas, cabendo depois aos conselhos executivos pôr, ou não, em prática as regras de alimentos a disponibilizar que foram pensadas com a ajuda de nutricionistas.
Fonte: Diário de Notícias de Lisboa