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sábado, 20 de outubro de 2007

Minimizar a morte súbita

Hans pietersen criou o 'respisense' quando nasceram os seus trigémeos,em 2003
Um bebé, com menos de um ano de idade e aparentemente saudável morre durante o sono, no berço, ou mesmo no colo dos pais.

A situação é assustadora e enigmática, mas a Síndrome de Morte Súbita + do Lactente é uma realidade e continua a causar um sentimento de medo na maior parte dos pais.

Foi exactamente devido a este receio que, em Maio de 2003, quando a mulher do sul-africano Hans Pietersen deu à luz, prematuramente, trigémeos, este gestor de produtos na área das tecnologias quis criar algo que pudesse facilitar a vida do casal.
Depois da filha recém-nascida ter sofrido alguns episódios de apneia (paragem respiratória), Pietersen decidiu criar um aparelho que monitorasse a respiração dos bebés.
Com a ajuda de Greg Gallagher testou o conceito e criou um protótipo. O resultado foi o 'Respisense', um aparelho 20 vezes mais leve e 30 vezes mais pequeno do que um normal monitor de apneia, que reage a partir de um pequeno sensor colocado na cintura da fralda, junto à barriga do bebé.
Quando o bebé deixa de fazer movimentos respiratórios durante 15 segundos, o aparelho vibra para fazer com que a criança se lembre de respirar. Se tal não acontecer, soa um alarme que não é facilmente 'abafado'.
O sistema é simples e está acessível aos pais de todos os estratos sociais, já que custa 125 euros. O custo é baixo, tendo em conta que a morte súbita no lactente é algo impossível de prever. Hans Pietersen refere que o seu objectivo não é assustar os pais com a possibilidade de uma paragem respiratória, mas sim oferecer alguma paz de espírito.
"Os pais não podem estar a vigiar todos os sonos dos filhos, até porque também têm de dormir e bastam quatro minutos de apneia para ser tarde demais", explica ao DIÁRIO. Com o 'Respisense' os pais podem dormir descansados, "sabendo que se houver algum problema o alarme vai soar".

Milhões de aparelhos vendidos
Hans Pietersen não gosta de falar em totais de vendas. Assume que já se venderam milhões de 'Respisense' um pouco por todo o mundo nos últimos anos , mas explica que têm apostado numa expansão lenta da empresa. Depois da África do Sul, começaram a vender na Austrália e em alguns países europeus.
Em Portugal, as negociações com Rui Cunha e a 'Zeru' começaram em Novembro de 2006 e a comercialização dos aparelhos já decorre há quatro meses. Em breve, como refere o distribuidor para a Península Ibérica, o 'Respisense' começará a ser vendido também nas lojas 'Modelo' e 'Continente'.
Mas mais do que números, mais do que sucesso comercial, é com as reacções de pais de todo o mundo que Hans Pietersen se sente encorajado a continuar a gerir o negócio da sua invenção, com os desafios técnicos e financeiros que a empresa exige. "É impossível pôr em palavras aquilo que se sente quando alguém nos agradece por salvar uma vida de um bebé", diz. O seu sorriso diz tudo.

Como funciona
Aparelho totalmente portátil, pois um bebé pode adormecer em qualquer local, mesmo nos braços de um adulto.
Basta ligar o botão lateral e colocá-lo preso na cintura da fralda, junto à barriga. Como o aparelho é muito leve e pequeno, não causa qualquer incómodo ao bebé.'Respisense' é o primeiro monitor de apneia que integra o sistema 'Tummy Tickle', uma estimulação delicada vibratória que 'relembra' o bebé, caso haja um episódio de apneia e mal o monitor detecte que não há sinais de respiração, durante 15 segundos.
Os episódios de apneia iguais a 15 segundos, ficam registados no aparelho.
Caso nenhum sinal de recomeço respiratório for detectado no período de 20 segundos, um alarme perfeitamente audível, alertará os pais ou adultos encarregues da criança, de forma a poderem socorrer o bebé ou procurar ajuda médica adequada.
A bateria tem uma durabilidade de cerca de 6000 horas, o que permite a sua utilização durante todo o período crítico da vida do bebé - primeiros 12 meses.

'respisense' Já disponível na Região
Comercializado em Portugal desde Junho último, o 'Respisense' já está disponível para comercialização nas farmácias da Região.
Duarte Freitas, porta-voz da 'JD Farma' (distribuidor do produto na Madeira) afirma que tem estado disponível para dar explicar o funcionamento do produto aos farmacêuticos e aos pais que estiverem interessados.
Além disso, embora em algumas farmácias do continente não esteja a ser respeitado o preço de venda recomendado do produto (125 euros), a maioria dos estabelecimentos especializados da Região, está a respeitar o custo estabelecido pela 'Respisense' e 'Zeru' (empresa que distribui os aparelhos na Península Ibérica). O objectivo de Hans Pietersen sempre foi o de 'oferecer' um produto de custo acessível a todas as classes sociais. Duarte Freitas afirma que, na Região, pais de todos classes já compraram o 'Respisense'.
Os pais da Madeira interessados em adquirir o aparelho podem também encomendá-lo através da Internet (www.zeru.pt) ou através da linha telefónica 966033501. A.L.C.
Ana Luísa Correia
Fonte: Diário de Notícias