
Segundo a OMS, cada ano, 48 dos 128 milhões de nascimentos que se produzem no mundo, quer dizer cerca de 40 por cento, não são registados.
A situação é ainda pior para as mortes, em que a proporção de não registados chega aos dois terços (38 dos 57 milhões de mortes anuais).
Lançada pela aliança mundial Rede de Metrologia Sanitária, apoiada pela OMS, a iniciativa visa melhorar os registos civis através uma série de textos que assinalam as lacunas dos sistemas de registo nos países pobres e procuram ajudar a resolvê-las.
Em comunicado, a OMS explica que a maior parte dos países em desenvolvimento dispõem de sistemas de registo «rudimentares» e que «não podem contar nem os nascimentos nem as mortes, nem a duração da vida, nem as enfermidades que mais matam».
A Rede de Metrologia Sanitária já colabora com vários países, entre os quais o Camboja e a Serra Leoa, para melhorar os respectivos registos civis e até o final do ano pretende ajudar mais nove países.
A iniciativa foi lançada no decorrer do Forum Mundial do Desenvolvimento da Investigação sanitária, em Pequim.
Actualmente, a OMS recebe estatísticas «fiáveis» sobre causas de falecimentos de 31 dos 193 estados membros da organização, com sede em Genebra.
Um bom registo de estado civil é «a melhor maneira de produzir estatísticas sobre o número de nascimentos e mortes, assim como a causa destas últimas, o que é indispensável para apurar se os programas de saúde dão os resultados desejados», explica a OMS.
Além disso, a falta de registos dos recém-nascidos leva também a que as crianças tenham menos possibilidades de gozar de todos os seus direitos fundamentais, já que, oficialmente, não existem. MRO.
Diário Digital / Lusa