Mosquitos são cada vez menos só de santa luzia e não dão tréguas pelo concelho
As histórias repetem-se mais ou menos com os mesmos contornos, mas agora os testemunhos alargam-se, de modo gradual, por vários pontos do Funchal. Anteriormente associados à zona de Santa Luzia, os Mosquitos + não dão sossego há cerca de dois anos e a extensão do concelho afectada é cada vez maior.
As histórias repetem-se mais ou menos com os mesmos contornos, mas agora os testemunhos alargam-se, de modo gradual, por vários pontos do Funchal. Anteriormente associados à zona de Santa Luzia, os Mosquitos + não dão sossego há cerca de dois anos e a extensão do concelho afectada é cada vez maior.
No dia de ontem, esta questão voltou à ordem do dia por causa de um estudo que indica que o mosquito 'Aedes Aegipty" poderá ser originário da Venezuela.Diva Gonçalves, moradora em Santa Luzia, já perdeu o número de vezes que foi picada. "São vezes sem conta", atira.
A causa que aponta para explicar a permanência destes insectos na área prende-se com a proximidade de um terreno baldio.
Em casa de Diva Gonçalves é impossível manter uma janela aberta se alguma das luzes interiores estiver ligada. Praticamente todos os membros da família já foram alvos, principalmente as crianças. Álcool, pomadas e repelentes fazem parte do quotidiano desta família, apesar de todas as precauções que tomam, baseadas nas indicações veiculadas pelas entidades competentes.
As pernas de Carla Priost, familiar de Diva, demonstram a realidade dos últimos dois anos. As marcações escuras e múltiplas são provas concretas. As acções de desinfestação que decorreram no ano passado atenuaram o tormento por umas semanas, mas, com o Verão e os dias de maior calor, tudo voltou ao que já se impõe como 'normal'.
Uma ou duas ruas abaixo, Mena Figueira queixa-se do mesmo problema. As picadas mais recentes nas pernas estão longe de cicatrizarem. "Antes apareciam mosquitos, mas não eram iguais a estes", recorda. Em casa, os dois filhos têm sido "massacrados". As idas sucessivas à farmácia começam a cansar e Mena Figueira lamenta a ausência das acções de desinfestação este ano.
Numa escola bem no centro do Funchal, os casos de alunos e funcionárias vítimas da expansão do 'Aedes Aegypti + ' começa a ganhar contornos mais expressivos. Brígida Ribeiro, funcionária dessa escola, garante que já foi picada "umas quatro ou cinco vezes". Lamentando o facto de ser uma das poucas funcionárias visadas neste aspecto, explica que sete ou oito alunos da escola tiveram o mesmo final. Neste caso particular, como nos outros já referidos, uma simples ida à farmácia resolveu o problema. Contudo, Selma Freitas não teve a mesma sorte.
Moradora no Caniço, há cerca de um mês precisou de deslocar-se ao Funchal, mais precisamente à zona de Santa Maria Maior. Uma hora na esplanada de um café resultou na infecção de duas picadas deste insecto. Passados dois dias, não teve outro remédio senão recorrer ao hospital, onde lhe aconselharam a tomar um antibiótico. "Na altura, a médica que me atendeu deu mesmo a entender que esta situação já se trata de um problema de saúde pública", rematou.
Fonte: Diário de Notícias