O presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), Augusto Faustino, diz ter ficado "perplexo com a liberalidade" da redacção do despacho que prevê a comparticipação a 100 por cento de um medicamento biológico para a artrite reumatóide, espondilite anquilosante e outras três patologias crónicas e incapacitantes.Já enviado para publicação no Diário da República, o despacho vem dar resposta a uma reivindicação antiga dos reumatologistas e das associações de doentes - a possibilidade de este tipo de terapêutica, de custo muito elevado, ser prescrita também fora dos hospitais, por especialistas a trabalhar no sector privado. Só que o despacho prevê apenas que a prescrição possa ser feita por profissionais com experiência no tratamento destas doenças, o que "é demasiado vago", considera Augusto Faustino, notando que as patologias abrangidas são "eminentemente do foro reumático".
O presidente da SPR defende que, pelo menos, deveria ter sido exigido um registo inicial dos doentes a fazer esta terapêutica e uma avaliação subsequente, porque a utilização não controlada deste tipo de medicamentos pode levar ao aparecimento de efeitos adversos.
A SPR dispõe já de um registo dos doentes actualmente a usar o medicamento, adiantou Augusto Faustino, que mostra abertura para disponibilizar o sistema às autoridades de saúde, caso estas estejam interessadas em ter um registo nacional para poder monitorizar a situação.
Fonte: Público
