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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

"A ética e a moral dos médicos não dependem dos ministros"

Manuel França Gomes + , representante regional da Ordem dos Médicos + (OM), não poupa as críticas às medidas do ministro da Saúde, Correia de Campos + . Em causa está o pedido feito anteontem por Correia de Campos à OM para que seja alterado, "com urgência", o Código Deontológico + daquele grupo profissional. O objectivo do ministério é fazer com que o código dos médicos fique mais adaptado à actual legislação penal que tem novas regras de isenção de responsabilidade criminal pela prática de Aborto + .
Depois da censura da ex-ministra da Saúde, Manuela Arcanjo, e do bastonário da OM, Pedro Nunes, França Gomes, diz que Correia de Campos está a se preocupar com assuntos "supérfluos, inúteis e que não se resolvem em 30 dias" e não com matérias realmente importantes para o povo português.
Além disso, o responsável defende que "a ética e a moral de cada um, principalmente a ética e a moral de uma profissão humanizante e humanizada como é a Medicina, não dependem deste ministro nem de ministro algum".
França Gomes diz até que a OM e o respectivo bastonário deveria comentar apenas ideias e afirmações que proviessem de "inteligências superiores ou, pelo menos, iguais".
O médico acrescenta que, já em tempos, o actual bastonário, Pedro Nunes, e outras pessoas ligadas à Ordem, assumiram que o Código Deontológico deve ser alterado no pequeno pormenor que refere que os médicos que pratiquem o aborto serão condenados.
Essa é uma actualização 'pontual' necessária "em função dos tempos modernos, muito mais do que pela legislação em vigor", defende.
França Gomes explica que, como ainda não teve oportunidade para falar com Pedro Nunes sobre esta matéria, não sabe qual será a posição final da Ordem. Porém, a sua opinião é de que "impor uma mudança ético-deontológica a uma profissão é fascismo puro". A.L.C.
Fonte: Diário de Notícias