As crianças são particularmente vulneráveis às alterações climáticas e os nossos comportamentos podem reflectir-se na sua saúde, daí que os adultos devam ter uma conduta que diminua os riscos para as crianças, referiu José Robalo, sub-director geral de saúde Ambiental, comentando um estudo apresentado durante o congresso anual dos pediatras norte-americanos.
O estudo que foi divulgado no congresso nos EUA indica que o risco de morte associado a catástrofes naturais e fenómenos meteorológicos de grande dimensão, a maior incidência de doenças infecciosas ligadas ao clima (como a Malária + ), de doenças relacionadas com a poluição do ar e com o calor, da Asma + e outras Doenças respiratórias + , e a morte por exposição a temperaturas elevadas são exemplos das consequências das alterações climáticas para as crianças.
José Robalo salientou que os exemplos de efeitos na saúde citados no relatório são "sobretudo preocupantes nos países em vias de desenvolvimento", acrescentando que as crianças portuguesas não correm o risco de ser afectadas pela maioria das situações descritas no documento.
Aponta como excepção o que diz respeito às doenças respiratórias, sobretudo aquelas ligadas aos alergénios, uma vez que "com o aumento do calor, aumenta também o pólen no ar e, consequentemente, as doenças respiratórias.
Por seu turno o presidente do Observatório de Doenças Respiratórias, Teles Araújo, disse que nos últimos anos "se tem assistido a um aumento de renites alérgicas entre as crianças, o que pode estar ligado às alterações climáticas". "A poluição automóvel conjugada com o aumento da temperatura leva a maiores quantidades de Ozono + na atmosfera, o que desencadeia um maior número de casos de asma", sublinhou.
Ondas de calor
Os efeitos sobre as crianças podem ser evitados e prevenidos pelos pais, tendo o cuidados de manter as crianças hidratadas.
Malária
Transmitida pelo mosquito em zonas particularmente quentes do globo, Portugal não tem desenvolvimentos nessa área.
Rede de vigilância
A DGS está montar uma rede de vigilância em todas as regiões do país com o objectivo de montar armadilhas para Mosquitos + para depois avaliar se podem ser ou não transmissores de doenças. Esta rede, que deverá funcionar a partir do próximo ano, deverá manter-se com o apoio da DGS durante dois anos.
Fonte: Jornal de Notícias