A Obesidade + continua a aumentar em todo o mundo. Para além dos inconvenientes directos e imediatos que representa, desde sobrecarga articular, dificuldade de movimentação, problemas psicológicos e sociais, perturbações do sono, a obesidade leva, com o tempo, ao síndrome metabólico, estado em que se associa obesidade, sobretudo visceral, a alteração das Gorduras + no sangue, Hipertensão arterial + , resistência à Insulina + e Diabetes + , perturbações da coagulação do sangue, representando um risco muito grande para Doenças cardiovasculares + , além do aumento de risco para outras complicações incluindo muitos tipos de cancro.
Não há dúvidas sobre a importância do estilo de vida, nomeadamente no que respeita a tipo de alimentação e Exercício físico + , no estabelecimento da obesidade e síndrome metabólico, mas começa a ser evidente que para além daqueles dois factores, universalmente reconhecidos, há seguramente outros que, por não estarem a ser considerados, contribuem para o falhanço na resolução deste problema.
Nesta perspectiva, tem vindo a merecer cada vez mais atenção a hipótese das perturbações introduzidas pela vida moderna na cronobiologia, isto é, nos ritmos biológicos, terem um papel importante. O grupo de Till Roenneberg tem investigado extensivamente este aspecto, chegando à conclusão de que uma proporção enorme da população ocidental vive de acordo com um tempo social que nada tem a ver com o seu tempo biológico, chamando a este fenómeno jetlag social (Wittmann M, Dinich J, Merrow M, Roenneberg T: Social jetlag: misalignment of biological and social time. Chronobiol Int 23: 497, 2006).
O que estes autores mais valorizam neste jetlag social são as perturbações do sono. Esse desrespeito pelo tempo (quantidade e calendário) de sono é também salientado numa revisão recente sobre todas as possíveis causas do aumento da obesidade (Keith e col.: Putative contributors to the secular increase in obesity: exploring the roads less traveled. Int J Obes 30: 1585, 2006).
Os marcadores dos nossos ritmos biológicos (relógios endógenos, de que o controlador central está no núcleo supraquiasmático no hipotalamo) são acertados por sinais externos, do ambiente, que incluem a luz, a temperatura, a actividade física, o sono e as refeições. Com as conquistas da tecnologia reduziu-se progressivamente (na sociedade actual, por vezes, drasticamente) as diferenças na iluminação (a luz artificial colide com a escuridão natural), na temperatura (aquecem-se os ambientes no Inverno, ou de noite, e arrefecem-se no Verão, ou de dia), na actividade (o trabalho, para muitos, consiste em estar sentado frente a uma máquina), no sono/vigília (dorme-se fora de horas, por períodos curtos) e na alimentação (eliminaram-se, frequentemente, os períodos de jejum).
Um estudo muito recente relaciona essa atenuação dos sinais rítmicos ambientais aos nossos relógios endógenos com as perturbações do metabolismo (Kalsbeek e col: Circadian control of metabolism by the SCN (suprachiasmatic nucleus). Endocrinology, 2007 as dói:10.1210/en.2007-0776).
Curiosamente, há cada vez mais estudos experimentais que revelam uma importante influência da alimentação (horas e quantidade) na regulação dos ritmos biológicos, não só dos órgãos mais directamente envolvidos no metabolismo, como o Fígado + , como no próprio relógio central (supraquiasmático) (Mendoza J: Circadian clocks: setting time by food. J Neuroendocrinol 19: 127, 2007: Challet E: Clock genes, circadian rhythms and food intake. Pathologie Biologie 55: 176, 2007). Mark P Mattson, um investigador da Universidade Johns Hopkins, depois de publicar uma excelente revisão sobre a ingestão de energia e frequência das refeições (Mattson MP: Energy intake, meal frequency, and health: a neurobiological perspective. Ann Ver Nutr 25: 237, 2005), lançou um desafio, na Lancet, para a investigação dos efeitos do número e horas das refeições na saúde (Mattson MP: The need for controlled studies of the effects of meal frequency on health. Lancet 365: 1978, 2005). Talvez estejamos a comer refeições a mais (pense-se na moda dos snacks), talvez a horas inconvenientes…Há que investigar!
Não há dúvidas sobre a importância do estilo de vida, nomeadamente no que respeita a tipo de alimentação e Exercício físico + , no estabelecimento da obesidade e síndrome metabólico, mas começa a ser evidente que para além daqueles dois factores, universalmente reconhecidos, há seguramente outros que, por não estarem a ser considerados, contribuem para o falhanço na resolução deste problema.
Nesta perspectiva, tem vindo a merecer cada vez mais atenção a hipótese das perturbações introduzidas pela vida moderna na cronobiologia, isto é, nos ritmos biológicos, terem um papel importante. O grupo de Till Roenneberg tem investigado extensivamente este aspecto, chegando à conclusão de que uma proporção enorme da população ocidental vive de acordo com um tempo social que nada tem a ver com o seu tempo biológico, chamando a este fenómeno jetlag social (Wittmann M, Dinich J, Merrow M, Roenneberg T: Social jetlag: misalignment of biological and social time. Chronobiol Int 23: 497, 2006).
O que estes autores mais valorizam neste jetlag social são as perturbações do sono. Esse desrespeito pelo tempo (quantidade e calendário) de sono é também salientado numa revisão recente sobre todas as possíveis causas do aumento da obesidade (Keith e col.: Putative contributors to the secular increase in obesity: exploring the roads less traveled. Int J Obes 30: 1585, 2006).
Os marcadores dos nossos ritmos biológicos (relógios endógenos, de que o controlador central está no núcleo supraquiasmático no hipotalamo) são acertados por sinais externos, do ambiente, que incluem a luz, a temperatura, a actividade física, o sono e as refeições. Com as conquistas da tecnologia reduziu-se progressivamente (na sociedade actual, por vezes, drasticamente) as diferenças na iluminação (a luz artificial colide com a escuridão natural), na temperatura (aquecem-se os ambientes no Inverno, ou de noite, e arrefecem-se no Verão, ou de dia), na actividade (o trabalho, para muitos, consiste em estar sentado frente a uma máquina), no sono/vigília (dorme-se fora de horas, por períodos curtos) e na alimentação (eliminaram-se, frequentemente, os períodos de jejum).
Um estudo muito recente relaciona essa atenuação dos sinais rítmicos ambientais aos nossos relógios endógenos com as perturbações do metabolismo (Kalsbeek e col: Circadian control of metabolism by the SCN (suprachiasmatic nucleus). Endocrinology, 2007 as dói:10.1210/en.2007-0776).
Curiosamente, há cada vez mais estudos experimentais que revelam uma importante influência da alimentação (horas e quantidade) na regulação dos ritmos biológicos, não só dos órgãos mais directamente envolvidos no metabolismo, como o Fígado + , como no próprio relógio central (supraquiasmático) (Mendoza J: Circadian clocks: setting time by food. J Neuroendocrinol 19: 127, 2007: Challet E: Clock genes, circadian rhythms and food intake. Pathologie Biologie 55: 176, 2007). Mark P Mattson, um investigador da Universidade Johns Hopkins, depois de publicar uma excelente revisão sobre a ingestão de energia e frequência das refeições (Mattson MP: Energy intake, meal frequency, and health: a neurobiological perspective. Ann Ver Nutr 25: 237, 2005), lançou um desafio, na Lancet, para a investigação dos efeitos do número e horas das refeições na saúde (Mattson MP: The need for controlled studies of the effects of meal frequency on health. Lancet 365: 1978, 2005). Talvez estejamos a comer refeições a mais (pense-se na moda dos snacks), talvez a horas inconvenientes…Há que investigar!
Fonte: Médicos na Internet