O Governo quer que os hospitais tenham condições para que doentes com 300 quilos possam ser tratados. Na circular normativa, enviada pela Direcção-Geral de Saúde (DGS) a todos os hospitais, as directivas são claras: todos os equipamentos e instalações devem ser adequados ao tratamento destas pessoas, nomeadamente no que se refere à dimensão e resistência ao peso.
De futuro, as unidades de saúde que pretendam fazer o tratamento cirúrgico da Obesidade + , ou seja, realizar operações de colocação da Banda gástrica + , são assim “obrigadas a adequar instalações e equipamentos às características e necessidades dos doentes que possuam peso da ordem dos 300 quilos”. No lote, incluem-se “portas, camas, cadeiras, marquesa operatória, macas, cadeiras de rodas e instalações sanitárias”, define a circular.
De futuro, as unidades de saúde que pretendam fazer o tratamento cirúrgico da Obesidade + , ou seja, realizar operações de colocação da Banda gástrica + , são assim “obrigadas a adequar instalações e equipamentos às características e necessidades dos doentes que possuam peso da ordem dos 300 quilos”. No lote, incluem-se “portas, camas, cadeiras, marquesa operatória, macas, cadeiras de rodas e instalações sanitárias”, define a circular.
“Todos os doentes acima dos 200 quilos correm o risco de não poderem ser operados por falta de condições”, afirma Carlos Oliveira, presidente da Associação de Doentes Obesos e Ex-Obesos de Portugal (ADEXO + ), acrescentando que “são muito poucos os hospitais já se adaptaram”.
No mesmo documento, a DGS sublinha que os hospitais são obrigados a fazer, “no mínimo, 80 actos cirúrgicos anuais” e possuir um registo clínico único por cada doente que inclua todo o seu quadro clínico, ante e após a operação.
Para Carlos Oliveira, 80 intervenções cirúrgicas “é um valor baixo mas aceitável”. “Esse não é o problema mais grave. O mais grave é a existência destes serviços estar dependente de decisão das administrações hospitalares”, denuncia o presidente da ADEXO. Garante Carlos Oliveira que “há hospitais que começam as consultas e que depois as cancelam porque o tratamento é muito caro”, apontando como exemplo o Hospital Sousa Martins, na Guarda, que “tem mais de 200 doentes intervencionados sem qualquer acompanhamento porque a administração mudou e entendeu que o tratamento era demasiado dispendioso para se manter”.
PANDEMIA DO SÉCULO XXI
Os problemas, refere, não existem só no Interior. No Hospital Pulido Valente + , em Lisboa, após o fecho do serviço, “600 pessoas ficaram em lista de espera para uma consulta”, uma situação vivida também no Hospital de Faro e no Hospital de São João, no Porto.“A Organização Mundial de Saúde + diz que a obesidade é a pandemia do século XXI. Não percebo como é que ainda não saiu uma norma que diga que os hospitais são obrigados a tratar a doença”, lamenta Carlos Oliveira. CIRURGIAS CUSTAM 675 MILHÕESHá 150 mil obesos com indicação clínica para colocação da banda gástrica, ou seja, possuem um Índice de Massa Corporal + superior a 50. O tratamento cirúrgico de cada um deles custa ao Serviço Nacional de Saúde + (SNS) 4500 euros, o que equivale a um gasto de 675 milhões de euros. Os hospitais são os primeiros a colocar imposições que evitem afluxos de doentes porque, dizem, perdem dinheiro. Apesar de o custo da intervenção rondar os 4500 euros, no Sistema Integrado de Gestão de Intervenções Cirúrgicas – criado para diminuir a lista de espera nos hospitais – o SNS só paga 60 por cento do valor, ou seja, 2900 euros. A Comissão Nacional de Avaliação do Tratamento Cirúrgico da Obesidade está a preparar medidas para que a comparticipação aumente.
NOTAS SOLTAS
VALOR IDEAL
Cerca de 50 mil portugueses, ou seja, 0,5 por cento da população nacional, têm um Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 40. O valor de IMC que se considera ser ideal situa-se em apenas 24.
DOENÇAS ASSOCIADAS
Entre algumas das doenças que surgem associadas à obesidade e ao excesso de peso encontram-se a Diabetes + , a Hipertensão arterial + e as Doenças cardiovasculares + .POR CONTÁGIOUm estudo científico divulgado recentemente veio lançar a ideia de que quem tem amigos ou familiares com uns quilos a mais corre o risco de lhes seguir o exemplo. Um especialista norte-americano afirmou que a obesidade pode ser contagiosa, propagando-se como se de um vírus se tratasse.
ENTRE OS MAIS NOVOS
Trinta e dois por cento das crianças portuguesas entre os sete e os dez anos tem excesso de peso, diz um estudo realizado em 2006. Os Ministérios da Educação e da Saúde desenvolvem já acções nas escolas para uma Alimentação saudável + .
Diana Ramos
Diana Ramos
Fonte: Correio da Manhã