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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

ESTADO DE GRIPE EM PORTUGAL MONOTORIZADO ONLINE

Projecto Gripenet + arranca para terceira edição
Pelo terceiro ano consecutivo, investigadores do
Instituto Gulbenkian de Ciência + (IGC) vão “transmistir em directo” a passagem da gripe por Portugal. Trata-se do projecto “Gripenet”, com duração de Novembro a Abril, que monitoriza em tempo real e através da Internet a incidência e distribuição geográfica da gripe sazonal.
Inscrevendo-se no site do projecto, qualquer cidadão do continente ou ilhas pode participar activamente neste sistema, através do preenchimento de um questionário semanal de sintomas. São depois gerados automaticamente curvas de incidência gripal e mapas com a distribuição dos casos de gripe ao longo do território nacional.
«A informação assim recolhida complementa aquela que é obtida pelos métodos de vigilância convencionais, possibilitando uma detecção precoce de eventuais anomalias (surgimento de pandemias) e uma captação de pessoas que recuperam sem recorrer aos serviços de saúde. Este trabalho é acompanhado pelo desenvolvimento de modelos matemáticos e plataformas computacionais com capacidade para simular a propagação da gripe em Portugal e avaliar cenários de intervenção», explica o comunicado divulgado pelo IGC.
A terceira edição traz algumas novidades, nomeadamente a acessibilidade do “Gripenet” a cegos. Assim, através da colaboração com a Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (
ACAPO + ), a edição de 2007/08 permitirá que esta comunidade também possa participar na monitorização da gripe através da Internet e na consulta de informação pertinente. Este ano, numa parceria com as Universidades do Porto e de Évora, os alunos, professores e funcionários destas duas instituições de ensino superior terão também uma zona específica para a monitorização da gripe nas rspectivas universidades, para além de contrubuírem ainda para a amostra nacional.
Os participantes no “GripeNet” recebem uma newsletter semanal com informações úteis e um link para o questionário relativo a um conjunto de sintomas, a partir dos quais se determina o síndrome gripal. Os dados recolhidos pelo projecto, que também decorre na Bélgica e Holanda, permitem verificar, por exemplo, que é mais provável um holandês ficar em casa quando contrai gripe do que um português. Ou também que os chamados suplementos vitamínicos não parecem conferir maior protecção perante o vírus da gripe.
Segundo o IGC, durante uma epidemia típica de gripe, cerca de cinco a 15 por cento da população é afectada por infecções respiratórias, causando perturbações particulares, sociais e económicas. A gripe é causada por um vírus influenza, facilmente transmissível pelas gotículas projectadas num espirro. Ocasionalmente, é causada por um vírus de um novo subtipo, que, não sendo reconhecido pelo sistema imune, causa uma pandemia de grandes dimensões, ameaçando até os mais saudáveis.
«Estes eventos são difícies de prever e, por isso, importa detectar o mais rápido possível um surto de dimensões acima do normal, de forma a desencadear medidas de prevenção e terapêutica. O Gripenet permite antecipar em cerca de uma semana a leitura da situação epidémica da gripe. De tal forma, que, recentemente, responsáveis do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças, com sede em Estocolmo, consideraram que o projecto pode ser uma ferramenta importante para a detecção antecipada de pandemias (como a da
Gripe das aves + ), adiantando que há interesse da Comissão Europeia em implementar o sistema em toda a Europa. Actualmente, para além de Portugal, participam a Bélgica e a Holanda; a Itália prepara-se este ano para o adoptar. Entretanto, os investigadores do IGC colocaram o software e as bases de dados criados à disposição dos cientistas europeus, para que possam replicar o sistema em qualquer país da União», refere o IGC.
Nas duas últimas campanhas (sempre de Novembro a Abril), mais de dez mil portugueses participaram activamente no projecto.
Sónia Santos Dias

Fonte: Sapo Saúde