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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Fornecedor único leva

Fornecedor único leva à falta de BCG +
É uma situação recorrente, que preocupa pais mas não as autoridades. De tempos a tempos, alguns centros de saúde e hospitais ficam sem a vacina BCG(antituberculose), que deve ser administrada aos recém-nascidos.

O problema reside no facto de apenas uma vacina estar licenciada – e quando o fornecedor se atrasa na entrega, faltam as Vacinas + .
O filho de João Vasco, residente na Abrigada, concelho de Alenquer, saiu esta semana da maternidade do
Hospital de Santa Maria + , em Lisboa. “Não lhe deram a vacina BCG porque não tinham e mais de uma dezena de crianças não foram vacinadas”, denuncia. No Centro de Saúde de Alenquer também não havia BCG disponível. Tentou ainda adquirir a vacina nas farmácias. “Como é de uso hospitalar, não vendem. Mesmo que queira pagar, não posso ter a vacina”, lamenta.
Fonte do Centro de Saúde de Alenquer confirmou a ruptura no stock de BCG. “Esperamos voltar a ter em Dezembro”. Para não desperdiçar nenhuma dose – um frasco chega para dez crianças –, “marcam-se todos para serem vacinados no mesmo dia”. O CM tentou confirmar junto do Hospital de Santa Maria a falta de vacinas, mas não houve resposta até ao fecho de edição.
Por seu lado, a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, garante que o problema “já foi resolvido”. A falta deveu-se a uma “resposta do único fornecedor” da vacina, uma entidade estatal dinamarquesa, pelo que a falta da BCG nas unidades de saúde nacionais não é rara. Há ano e meio vários centros de saúde e a Maternidade Alfredo da Costa + , em Lisboa, estiveram alguns dias sem a vacina. No entanto, apesar de considerar a situação “indesejável”, Graça Freitas diz estar “descansada”. “Não há prejuízo para as crianças. Têm dois meses para serem vacinadas e mesmo depois dos dois meses podem ainda receber a BCG”, explica. Por isso, admite, é provável que volte a verificar-se ruptura de stock da BCG em algumas unidades de saúde.
“É um problema que é facilmente ultrapassado”, considera.
QUINZE VACINAS NUM ANO
No primeiro ano de vida os bebés têm de tomar 15 vacinas, de acordo com o Plano Nacional de Vacinação + . Ao recém-nascido devem ser administradas a BCG (tuberculose) e VHB (hepatite B).
Aos dois meses seguem--se outras quatro: DTPa (Difteria + , tétano e tosse convulsa), VIP (poliomielite), Hib (doenças causadas por ‘haemophilus influenzae’ tipo b) e a segunda dose da VHB. Aos três meses, é a vacina contra as Meningite + s e septicemias (MenC) e aos quatro meses chega a vez das segundas doses da DTPa, VIP e Hib. A segunda dose da MenC é aos cinco meses e, com meio ano de vida, o bebé deve tomar a terceira dose da DTPa, VIP, Hib e VHB. Por fim, a vacina contra o Sarampo + e a rubéola é administrada aos 15 meses.
SAIBA MAIS
2meses é o prazo recomendado para a vacinação do recém-nascido com a BCG.
25doentes de tuberculose por cada cem mil habitantes, em Portugal, no ano de 2005. Dos 30 países mais desenvolvidos do Mundo, é o sexto com a mais alta taxa de prevalência.
CALMETTE E GUÉRIN
BCG são as iniciais de ‘Bacilo Calmette–Guérin’. Albert Calmette e Camille Guérin, médicos e biólogos franceses, fizeram a preparação inicial da BCG em 1921.
VACINA VIVA
A BCG é uma vacina viva atenuada, derivada da micobactéria ‘Mycobacterium bovis’, após esta ser desprovida de virulência através de sucessivas passagens em meio de cultura.
Edgar Nascimento

Fonte: Correio da Manhã