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sábado, 3 de novembro de 2007

METADE DAS UNIDADES NÃO TEM BANDA LARGA PARA MARCAR CONSULTAS

RUTE ARAÚJO
Tutela diz que número de inscritos só quando tudo estiver informatizado
Só 54% das unidades do
Serviço Nacional de Saúde + (SNS) têm banda larga. Este é um dos obstáculos ao avanço da Consulta a Tempo e Horas, uma medida do Ministério da Saúde que integra o Simplex + e que permite aos centros de saúde marcarem consultas de especialidade nos hospitais por via electrónica. Este processo, que a tutela previa estar concluído até ao final do ano, está a 40% (33 hospitais e 138 centros de saúde). E só quando estiver a funcionar é que poderá haver "dados rigorosos e fidedignos dos utentes à espera de primeiras consultas", afirma ao DN a secretária de Estado adjunta da Saúde, Carmen Pignatelli.
Por enquanto, os únicos dados que existem são os recolhidos pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) e remetem para 2006. Os números apontam para a existência de 380 mil utentes que aguardam para ser chamados para uma consulta. Carmen Pignatelli refere que estes valores não estão tratados e pode haver pessoas inscritas duas vezes, que já foram atendidas no privado ou mesmo casos em que nunca foram inscritas porque os hospitais já não aceitavam mais pedidos dos centros de saúde. Mas refere também que é em Oftalmologia + , dermatologia, otorrino ou Urologia + que os doentes esperam mais, comprovam os dados das unidades já ligadas em rede.
A secretária de Estado explica que o objectivo é um dia haver uma informação sobre inscritos e tempos de espera nas consultas como existe hoje para as cirurgias. O que está aliás previsto que seja feito progressivamente na Carta dos Direitos dos Utentes aprovada este ano na Assembleia da República + . Mas, comparando com as cirurgias, o processo tem uma dimensão maior - implica a Informatização + de todos os centros de saúde e extensões, o que corresponde a "mais de dois mil pontos de acesso", diz a governante. Com a marcação, segue também informação clínica do doente, já que as consultas são feitas por prioridade dos casos. Por isso, é necessário que a ligação seja de banda larga.
Por ano, são realizadas mais de duas mil primeiras consultas no SNS. Os 380 mil doentes identificados como estando em espera correspondem a 19% deste número global.
A carta dos direitos do utente prevê também que sejam definidos tempos de espera para os doentes serem atendidos. Carmen Pignatelli diz que vão ser definidos tempos máximos para a oncologia já no próximo ano. Ao contrário dos tempos de espera clinicamente aceitáveis (que são definidos em conjunto com as ordens profissionais), estes têm em conta "a severidade da patologia e a capacidade instalada".
Para resolver a situação dos doentes à espera, a secretária de Estado volta a dizer que o primeiro passo é ter os números. "Só o facto de se estar a colocar este sistema leva os conselhos de administração a estarem mais atentos ao que se passa". O que será tido em conta nos contratos.
Fonte: Diário de Notícias de Lisboa