
«Os donativos recolhidos vão ser direccionados para os projectos com menos apoios, ou até mesmo sem qualquer apoio do Estado», disse à Lusa a responsável pelo peditório nacional para a área metropolitana de Lisboa, Cláudia Alexandre.
«Os projectos 'ABC Ser Criança', na Madeira, e 'Prevenção em meio escolar' são os projectos da instituição que não têm qualquer apoio das entidades oficiais com as quais trabalhamos, que são o Ministério da Saúde, o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social + , o Governo Regional + da Madeira e as autarquias», explicou à Lusa o director financeiro da Abraço Francisco Porto Ribeiro.
O projecto "ABC ser Criança" presta apoio a cerca de 60 crianças afectadas pelo VIH/sida no Funchal, disponibilizando acompanhamento médico e Cuidados de saúde + , educação, fornecendo bens essenciais como alimentação e vestuário e permitindo o acesso a actividades lúdicas e culturais."As regiões autónomas não têm qualquer tipo de comparticipação na área da Saúde", revela Francisco Porto Ribeiro, que acrescenta que para estas 60 crianças em concreto, será lançada a campanha "Operação Quilo", a decorrer em simultâneo com o peditório nacional, e que tem por objectivo recolher alimentos para este grupo de meninos ao cuidado da Abraço.
Já o projecto "Prevenção em meio escolar", que visa alertar as crianças em idade escolar para as diferentes formas de contágio do VIH/sida e torná-las mais conscientes para a importância da prevenção, "continua sem qualquer tipo de apoio, porque o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação continuam a empurrar um para o outro a responsabilidade de comparticipação", explica o director financeiro da Abraço.Para os projectos apoiados, o financiamento das entidades oficiais ronda os 60 a 70 por cento, revela Francisco Pinto Ribeiro, sendo o restante apoio assegurado pelas iniciativas de recolha de fundos organizadas pela instituição, como o peditório nacional.
Este ano, o peditório vai decorrer até dia 3 de Dezembro, na área metropolitana de Lisboa (AML), Setúbal e área metropolitana do Porto (AMP) em vários centros comerciais, mercados municipais e largos públicos, e no Funchal, com prazo alargado até 31 de Dezembro, em todas as farmácias, escolas e câmaras municipais da região.
Nestas quatro regiões, o peditório contará com o apoio de voluntários da Abraço, e no restante território nacional com o apoio de escolas e dos escuteiros.
Na AML, AMP e Setúbal vai também decorrer um peditório de rua, entre 29 e 3 de Dezembro.A responsável do peditório para a AML afirmou estar um pouco receosa em relação aos meios humanos disponíveis para as acções de rua, dizendo que prevê para a AML uma adesão de cerca de 50 voluntários, metade do valor que considera ser o ideal.
De acordo com Cláudia Alexandre os peditórios de rua vão ser os mais afectados pela falta de voluntários, necessários sobretudo para as zonas da Baixa/Chiado e do Largo do Rato, com zonas comerciais abertas ao público no período abrangido pelo peditório.
Fonte: JM