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quinta-feira, 29 de novembro de 2007

VIH/SIDA CONTINUA A DESCER EM PORTUGAL ENTRE TOXICODEPENDENTES

Portugal reforçou este ano a tendência decrescente das infecções de VIH/Sida + entre toxicodependentes, apesar de os casos associados ao consumo de droga injectável atingirem 45% do total e colocarem o país no topo das cifras negras europeias.
O Relatório Anual sobre a Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependência, do
Instituto da Droga e da Toxicodependência + (IDT), hoje divulgado no Parlamento, sublinha que, «no âmbito das notificações da infecção VIH/Sida, foi uma vez mais reforçada a tendência proporcional decrescente dos casos associados à Toxicodependência + a nível dos vários estádios da infecção».
O documento, onde é feita a análise do fenómeno da droga e da toxicodependência na sociedade portuguesa, baseia-se em dados relativos a 2006.
Segundo números do Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis + (CVEDT + ), do Instituto nacional Saúde doutor Ricardo Jorge (INSA + ), vertidos no relatório do IDT, «em 2006 os casos associados à toxicodependência representavam cerca de 45% do material acumulado de notificações pelo VIH (48%, 40% e 44% do total acumulado de casos de Sida, de Sintomáticos Não-Sida e de Portadores Assintomáticos, respectivamente)».
Segundo a terminologia científica, os «Sintomáticos Não-Sida» estão numa fase intermédia da doença com patologias associadas ao VIH mas em relação às quais não foi atribuída a designação Sida, enquanto os «Portadores Assintomáticos» contraíram o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) mas sem qualquer manifestação activa de Sida.
De acordo com o relatório do IDT, em 2006, entre os doentes que recorreram às diferentes estruturas de tratamento da toxicodependência, «os valores de positividade para o VIH variaram entre os 11 e os 22%, para a Hepatite B entre os 3 e os 9%, Hepatite C + entre os 42 e os 54% e Tuberculose entre os 0,4 e os 3%».
Na opinião dos técnicos do IDT, esta tendência «enquadra-se de um modo geral nos padrões registados deste 2000».
Relativamente às mortes relacionadas com o consumo, o relatório português, que actualiza os últimos dados nacionais, refere que em 2006 foram registados 216 casos positivos nos exames toxicológicos de drogas efectuados no Instituto Nacional de Medicina Legal + .
«Este número é semelhante ao verificado no ano anterior, consolidando assim o aumento verificado em 2005, contrariamente à tendência registada desde 2000, ou seja, decréscimo entre 2000 e 2002 e posterior estabilidade até 2004».
O IDT sublinha que nestes óbitos «uma vez mais predominou a presença de opiáceos (133 casos), seguida da Cocaína + (75 casos) e dos canabinóides (58 casos), representando 62, 35 e 27%, respectivamente, dos casos registados em 2006».
O organismo português assinala o aumento em 2006 de casos com canabinóides em associação com as substâncias ilícitas, tendo sido também detectada a presença de Álcool + e de medicamentos, em 28 e 16% dos casos, respectivamente.
O último relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência + (OEDT), divulgado quinta-feira passada em Bruxelas e com dados relativos a 2005, colocava Portugal como o país com maior transmissão de VIH e de incidência de Sida entre os Consumidores de Droga Injectável, e no grupo dos seis países com mais mortos por overdose.
Em resposta a estes dados do OEDT, o presidente do IDT, João Goulão, garantiu que eram «muito diferentes» das estimativas portuguesas, que agora são actualizadas com o último relatório sobre a situação do país em matéria de droga e de toxicodependência.
Fonte: Diário Digital / Lusa