
A morte de mais três pessoas no decorrer do ensaio clínico de um medicamento para a Artrite reumatóide + foi participada ao Ministério Público pelo filho de uma vítima, Felícia Moreira, contou o próprio.
No caso de Felícia Moreira, o Ministério Público deduziu acusação contra um médico do Hospital S.João, a 14 de Novembro, acusando o clínico de um crime de homicídio por negligência grosseira, por não ter interrompido a tempo o ensaio clínico.
«Além da morte da minha mãe, participei ao Ministério Público, à Inspecção-Geral de Saúde e à Comissão de Ética do Hospital S.João, no Porto, a morte de mais três pessoas que participaram no ensaio clínico do medicamento 'Humira + ', realizado em 2003» , disse o filho da vítima, Fernando Moreira.
Sem identificar as outras três vítimas pelo nome, a denúncia foi feita com base no código pelo qual cada doente era identificado no estudo.
«Pelo código, as autoridades já têm os nomes das restantes pessoas que participaram no ensaio clínico, incluindo as que faleceram durante o estudo» , salientou Fernando Moreira.
Durante a investigação à morte de Felícia Moreira, o DIAP constituiu arguidas cinco pessoas: o médico em causa, dois responsáveis pelo laboratório Abbott + e duas clínicas do Hospital S. João.
Contudo, o Ministério Público do Porto apenas avançou com a acusação ao clínico responsável pelo acompanhamento da doente durante o ensaio clínico, referindo que a morte se ficou a dever à não interrupção da experiência médica mesmo após exames realizados à paciente terem apresentado valores anormais e indicativos de que a medicação estava a prejudicar a doente e não a trazer-lhe benefícios.
Fonte: Lusa / SOL