A Ordem dos Médicos + denunciou ontem que o Hospital de Castelo Branco está a pedir aos doentes diabéticos para levarem insulina para os tratamentos. "A insulina é comparticipada a 100%. É uma forma de transferir os custos para os médicos de família", afirmou em conferência de imprensa o bastonário em exercício, José Manuel Silva.
"Pedimos às pessoas que chegam à unidade de Diabetes + que tragam as canetas e a insulina que têm em casa, para que não haja incompatibilidades", reagiu o presidente do hospital, Sanches Pires, acrescentando: "A Unidade de Diabetes ensina e controla os doentes de forma mais rigorosa. É natural que haja acompanhamento feito com utensílios que usem em casa.
"Mas esta foi apenas uma das críticas feitas pelos responsáveis do organismo representativo da classe. A Ordem dos Médicos alertou também para o perigo de acontecerem "casos fatais" se forem colocados no terreno helicópteros de emergência a operar sem um médico, como estará previsto pelo Ministério da Saúde. "Irá inexoravelmente assistir-se a casos fatais", estimou o bastonário em exercício da Ordem dos Médicos, sublinhando que não se podem transportar doentes graves sem acompanhamento médico. Em causa estão os helicópteros de suporte imediato de vida (SIV) para o interior do país, cuja equipa será constituída por um técnico de emergência e por um enfermeiro. "É um acto criminoso do INEM + e do ministro da Saúde.
"José Manuel Silva acusou ainda o Ministério da Saúde de estar a retirar médicos de famílias aos doentes, ao encerrar Urgências + hospitalar substituindo-as pelas designadas consultas abertas.
"O ministro da Saúde dizia que o princípio era fechar Serviços de Atendimento Permanente + para devolver médicos de família aos doentes e agora está a retirar os médicos de família", disse. As consultas abertas estão previstas nalguns hospitais cujas urgências encerraram e são dadas por médicos de família. Mas, segundo o coordenador da Missão de Cuidados de Saúde Primários, Luís Pisco são "casos pontuais e transitórios" até que haja suficientes Unidades de Saúde Familiar.
Fonte: LUSA