
As utentes chegam de dentro do instituto, de centros de saúde, hospitais e médicos particulares. "Todas as mulheres acham que têm um risco alto de cancro da mama", diz Fátima Vaz. Mas o primeiro passo é "fazer uma árvore genealógica com três gerações para perceber se há facto risco naquela família". Se houver, avança-se para a análise genética, a partir de uma amostra de sangue de um familiar que já teve a doença. "Não se pode generalizar. O cancro hereditário da mama é 5% a 10% dos casos", frisa a oncologista. Há duas excepções o cancro da mama no homem e cancro da mama ou ovário antes dos 30 anos. Por serem mais raros têm "maior potencial hereditário".
A análise genética pode demorar até dois anos. Nos genes BRCA1 e BRCA2 "há mais de 3400 alterações descritas" relacionadas com a doença, salienta a oncologista. Procurar a mutação familiar custa entre 446 e 577 euros; saber se se é positivo para uma mutação são 69 euros.
A cirurgia é proposta quando o risco é de 60% a 80%. As mulheres têm normalmente entre 36 e 40 anos. A alternativa é fazer vigilância com exames regulares ."Tirar os ovários diminui em 97% o risco de cancro do ovário e 50% o de cancro da mama.
Tirar as mamas reduz em 95% a 98% o risco", refere Fátima Vaz, admitindo que é uma opção "radical".
Fonte: JN