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quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL SEVERA CAUSA INSTABILIDADE EMOCIONAL

Um estudo conduzido por pesquisadores japoneses aponta que mulheres com Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (uma espécie de TPM mais severa) têm mais tendência a sofrer das instabilidades emocionais características do período ao longo de todo o ciclo menstrual.
Cientistas da Universidade Internacional Budista de Osaka explicam que a TPM (tensão pré-menstrual) está diretamente ligada à diminuição da actividade do sistema nervoso autónomo, responsável pelo equilíbrio emocional, e à hipersensibilidade do organismo feminino à progesterona, hormona liberado logo após a ovulação.
Com a baixa do sistema nervoso autónomo e a reacção à progesterona, as mulheres ficam mais vulneráveis a sintomas como depressão, irritabilidade, fadiga, falta de concentração, inchaço abdominal e dos seios, nos dias anteriores à menstruação.
O estudo, publicado na revista científica BioPsychoSocial Medicine, avaliou a variação dos batimentos cardíacos e os níveis hormonais de 62 mulheres e aplicou questionários para analisar os seus sintomas físicos, emocionais e comportamentais.

Falta de concentração
Os pesquisadores observaram que as mulheres afectadas pela TPM manifestaram um declínio da actividade nervosa na última fase do ciclo menstrual, a lútea, que precede a menstruação.
Os especialistas verificaram que entre as que sofriam de Transtorno Disfórico Pré-menstrual, a diminuição das actividades nervosas durante todas as fases do ciclo foi visivelmente maior.
De acordo com o pesquisador Tamaki Matsumoto, o mecanismo biológico por trás do Transtorno Disfórico Pré-menstrual ainda não está claro, mas acredita que as descobertas evidenciam que quanto menor a actividade do sistema nervoso, maiores as probabilidade do aparecimento dos sintomas da TPM.
O professor Shaughn O’Brien, obstetra e ginecologista na Escola Médica da Universidade de Keele, na Grã-Bretanha, acredita que o estudo pode ajudar no tratamento da tensão pré-menstrual.
“Se o recente trabalho provar-se clinicamente útil, terá o potencial de proporcionar um método não-invasivo para distinguir mulheres que sofrem de TPM de outras cujas alterações de humor não são motivadas por variações hormonais», disse.

Fonte: BBC