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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

ESTUDO SUGERE QUE ÁLCOOLICOS SÃO MAIS IMPULSIVOS

Ressonância revela menor actividade nas regiões do cérebro associadas ao acto de tomar decisões

As pessoas viciadas em Álcool + são mais impulsivas do que as outras, sugere um estudo realizado na Universidade do Norte da Califórnia e divulgado pela BBC. Os investigadores compararam a actividade cerebral de 19 voluntários - nove alcoólicos em fase de abstinência e dez não viciados - através de um exame de Ressonância magnética + funcional.

Durante o exame, os cientistas pediram aos voluntários para decidirem se preferiam receber uma quantia menor de dinheiro imediatamente ou esperar para receber um valor maior dentro de um mês. Os resultados dão conta de que o grupo dos alcoólicos escolheu receber a quantia menor imediatamente, com três vezes mais frequência do que os não viciados, o que sugere um comportamento impulsivo.

Enquanto as decisões eram tomadas, a ressonância revelou uma actividade menor nas regiões do cérebro associadas ao acto de tomar decisões, como a região orbital do córtex frontal. Para Charlotte Boettiger, que liderou o estudo, a descoberta pode apontar para uma «diferença cognitiva» nos viciados e abrir caminho para novos tratamentos para o Alcoolismo + .

«Talvez o cérebro dos viciados não processe as consequências das suas decisões a longo prazo», diz a pesquisadora, à BBC. Além da actividade cerebral, o estudo, publicado na revista científica “Journal of Neuroscience”, descobriu ainda que a acção de um tipo do gene COMT, responsável pela neurotransmissão da dopamina para o cérebro, pode estar relacionada com as decisões impulsivas. O tipo de gene descoberto pelos cientistas provoca uma redução no nível de dopamina no cérebro. Segundo os cientistas, aumentar o nível de dopamina pode ser um tratamento eficaz para o alcoolismo.

Pacientes de outras doenças, como Parkinson + ou Alzheimer + , também apresentam níveis baixos de dopamina e são tratados com medicamentos que impulsionam os níveis da substância no cérebro, refere o artigo. Para Boettiger, o estudo é um passo importante para o desenvolvimento de novos tratamentos.
«Ainda temos muito para aprender», afirma. «Mas as informações oferecem um passo à frente para identificar as categorias dos alcoólicos, o que pode ajudar a fazer tratamentos sob medida e ainda disponibilizar intervenções para pacientes em risco de desenvolverem o vício».

Fonte: Sapo Saúde