nova lei do Tabaco + não 'assustou' os clientes dos poucos cafés ontem abertos
As mudanças impostas pela nova Lei do Tabaco parecem não ter afectado o movimento nos cafés e restaurantes da baixa do Funchal, estabelecimentos que temiam sofrer uma redução significativa de clientes com a proibição de Fumar + nos espaços fechados.
As mudanças impostas pela nova Lei do Tabaco parecem não ter afectado o movimento nos cafés e restaurantes da baixa do Funchal, estabelecimentos que temiam sofrer uma redução significativa de clientes com a proibição de Fumar + nos espaços fechados.
No Café Apolo, um dos poucos ontem abertos ao público, apenas um dístico a vermelho à entrada e a ausência dos cinzeiros nas mesas da sala, mostravam que, com o novo ano, algo mudou.
"Até agora, todos têm respeitado as novas regras", revelou Francisco Gomes, chefe de sala do Café Apolo, acrescentando que houve apenas um cliente distraído que entrou a fumar. "Nem reclamou, só pôs o cigarrinho atrás da orelha", contou, em tom de brincadeira.
Mesmo sem fumo, a sala do Café Apolo estava quase cheia. "O ambiente está melhor assim", atirou Francisco Vaz, enquanto saboreava a sua sopa. Embora considere que é uma boa lei, este não fumador acredita que a sua aplicação vai ser difícil. "Estamos a tentar mudar um hábito e não é proibindo que vamos conseguir, é preciso haver um certo equilíbrio", constatou.
"Quem quiser fumar, fica pela esplanada", confirmou Francisco Vaz. Para este não fumador é tudo uma questão de bom senso. "Se estiver lá fora e for incomodado pelo fumo dos outros, venho cá para dentro", afirmou descontraído.
Para Américo Santos, um conhecedor do ramo da restauração que presenteou, este ano, os seus 14 funcionários com a passagem de ano na Madeira, o cliente deve ser sempre compreensivo e educado com os outros.
"Na Parede, tínhamos muitos clientes que deixaram de frequentar o nosso restaurante por causa de não levar com o fumo dos outros. Agora estão a voltar", explicou, acrescentando que, com a nova lei, o seu negócio nem se vai ressentir.
"Ainda vamos ganhar mais com isso", frisou Ricardo Santos, acrescentando que "as mesas ficam vazias mais depressa, o ar é outro e para quem trabalha é muito melhor".
mudanças não surpreendem turistas
Os turistas parecem ter também a 'lição' bem estudada. Florence e Fréderic Cassado, um casal de franceses de férias na Madeira, sabem que desde ontem, tal como no seu país, é proibido fumar nos locais públicos fechados.
"Nos bares, restaurantes e discotecas", enumerou Florence, acrescentando que só é permitido em salas específicas, fechadas e correctamente ventiladas.
Ficaram até surpreendidos quando, à chegada à Região, no dia 31 de Dezembro, constataram que havia pessoas a fumar no aeroporto. "Mesmo no aeroporto era autorizado?", questionou Florence.
Em França, a proibição de fumar também tem gerado opiniões contraditórias, mesmo entre fumadores. "Uns acham que é um atentado à sua liberdade, e não estão contentes, outros acham normal, porque não têm o direito de impor o fumo aos não fumadores", disse Florence.
Fréderic Cassado contou que ficou também surpreendido quando esteve na Irlanda no Verão passado. Segundo este turista, a proibição de fumar em espaços públicos fechados imposta na Irlanda desde há três anos "tornou-se um problema económico". "Muitos Pub's fecharam, e também houve um aumento dos incêndios domésticos", justificou. "Antes, as pessoas não fumavam em família, era algo sociável nos Pub's, mas agora fumam em casa, em frente dos filhos", acrescentou Florence.
Fonte: DN
