A Universidade de Lisboa apresenta hoje um novo centro de investigação que irá monitorizar durante pelo menos 10 anos os eventuais efeitos na saúde dos campos electromagnéticos, como as linhas de muito alta tensão.
O memorando de entendimento para a criação do Centro de Investimento Científico e de Inovação Tecnológica (CITEC) é hoje assinado entre a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa + , responsável pelo programa científico, a REN - Rede Eléctrica Nacional e a EDP - Electricidade de Portugal, que co-financiam o projecto.
"A grande inovação internacional deste centro é ter um programa de estudos de longa duração que faça com que a informação seja construída ao longo do tempo, credível e não pontual", disse à Lusa o geneticista Carolino Monteiro, coordenador científico do CITEC.
O novo centro de investigação da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa vai monitorizar populações durante "pelo menos 10 ou 20 anos", com o objectivo de fazer "estudos retrospectivos e prospectivos, de forma a ver como essas linhas eventualmente afectam a saúde das pessoas".
"Eventualmente é uma palavra muito importante, porque nem nós nem a Organização Mundial de Saúde + (OMS + ) temos resultados que apontem no sentido de que afectam" a saúde das populações, afirmou Carolino Monteiro.
"A informação científica disponível é contraditória e sobretudo ambígua e por isso mesmo não existem provas de que possa afectar os sistemas biológicos", referiu o coordenador científico do CITEC, acrescentando que por isso mesmo os estudos do centro "irão ser na componente epidemiológica e de investigação laboratorial, no sentido de observar dos eventuais efeitos dos campos electromagnéticos nos sistemas biológicos".
Hoje à tarde, durante a cerimónia de assinatura do memorando que cria o CITEC, será apresentado o programa científico e os montantes de investimento no centro para os próximos 10 anos.
RCS.
Fonte: RTP/Agência Lusa