Durante o período nocturno, a triagem às crianças nas urgências do Hospital Central do Funchal + é feita através de um único gabinete, em conjunto com os adultos. Em média, são atendidas sete crianças e muitas delas acabam por presenciar os habituais episódios da noite.
Ao contrário do que acontece no período diurno, entre a meia-noite e as 7 horas da manhã, a triagem às crianças deixa de ser feita na sala de espera das urgências pediátricas, passando a ser assegurada pelo gabinete que garante o atendimento geral.
Um dos pais relatou ao DIÁRIO que, na madrugada de domingo, teve de esperar cerca de 20 minutos pela pré-avaliação do estado de saúde do filho. Tempo suficiente para que o menor presenciasse, bem de perto, os chamados casos da noite, como foi o exemplo de vítimas politraumatizadas que chegavam em maca e em profunda agonia, ou ainda indivíduos alterados e visivelmente alcoolizados que recusavam tratamento médico.
"Afluência não justifica"
Filomeno Paulo, presidente do Conselho de Administração do Hospital Central do Funchal, não coloca de parte a hipótese de vir a convocar um funcionário para garantir uma triagem das urgências pediátricas em regime de 24 horas. "É uma situação que está a ser equacionada e reavaliada". Mas acrescenta que, para já, "a afluência não justifica". Segundo os dados do hospital, em média, são atendidas 7,4 crianças no período nocturno (entre a meia-noite e as 7 horas). A fase de maior afluência regista-se entre as 16 e as 20 horas, em que passam pelo gabinete de triagem das urgências pediátricas seis crianças por hora.
Ricardo Duarte Freitas
Fonte: DN